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Cartão da Dignidade

Secretário de Transportes confirma que Cartão Dignidade pode ser extinto

Programa social pode acabar no início de outubro

23 setembro 2015 - 11h50

Um dos anúncios mais im­pactantes durante a solenidade de saída do prefeito Alair Corrêa (PP) do cargo de interventor da secretaria de Saúde, há pouco mais de 20 dias, não teve a ver com hospitais, médicos, enfer­meiros ou postos de saúde.

Visivelmente preocupado, o mandatário anunciou que, caso não haja a entrada de novos re­cursos, ou seja, a antecipação dos royalties ou a venda da Dívi­da Ativa do município, o Cartão Dignidade, um dos principais programas sociais, será extinto no início de outubro, em fun­ção da crise financeira pela qual passa a cidade. Em entrevista à Folha, o secretário municipal de Transportes, Victor Moreira, confirmou o momento difícil pela qual passa a administração municipal e disse que o cartão, que hoje beneficia mais de 100 mil pessoas, pode, de fato, ser extinto. Ele, inclusive, se reu­niria ontem com o secretário de Fazenda, Axiles Corrêa, na ten­tativa de assegurar recursos para a manutenção do benefício.

– Hoje posso dizer que o municiípio não tem condições de manter o Cartão Dignidade. Chegamos a passar a passagem de R$ 0,50 para R$ 1,50 (em março deste ano), mas ainda as­sim não estamos conseguindo honrar os compromissos (com a Autoviação Salineira). Vamos ver como vai ficar, mas certa­mente o prefeito vai tomar as medidas necessárias para man­ter esse projeto que é sério e im­portante para a população. Mas se, por acaso, ele acabar, vamos lamentar muito – comentou o se­cretário de Transportes.

Apesar do pouco dinheiro em caixa, o que, segundo Victor Moreira, impossibilita mesmo as ações menores como campa­nhas educativas de trânsito, en­tre outras, disse que o governo municipal está atuando na cons­cientização dos beneficiários do Cartão Dignidade e dos passa­geiros de modo geral quanto à obrigatoriedade dos patrões for­necerem aos seus empregados o vale-transporte. Segundo o secretário, depois que o Cartão Dignidade foi instituído, muitos empresários o colocaram como pré-requisito para contratação de funcionários.

– Estamos fazendo um traba­lho de conscientização chamado ‘Vale-transporte é direito do tra­balhador e é dver das empresas’. Muitos patrões se eximem de dar o vale, mas está na lei – diz.