Principal polo de atendimento emergencial na cidade, recebendo milhares de pessoas em feriados prolongados, a Unidade de Pronto Atendimento do Parque Burle pode fechar as portas em breve. Isso porque tanto a prefeitura, atual gestora, como o estado não pretendem gerir a UPA.
Se as notícias davam conta que estavam avançadas as conversas para a transferência do controle da unidade para o estado, o secretário estadual de Saúde, Felipe Peixoto, tratou de jogar um balde de água fria nas pretensões do governo municipal. Falando com exclusividade para a Folha, Peixoto foi taxativo e disso que não há possibilidade que isso aconteça.
– Não pode haver devolução de algo que nunca foi do estado. A administração é do município, o terreno o município escolheu e o estado só construiu. Não cabe a estadualização da UPA. Ela sempre foi municipal e a decisão de fechá-la cabe exclusivamente ao município – afirmou o secretário estadual de Saúde.
Apesar disso, Peixoto afirmou que a secretaria está à disposição para discutir o funcionamento da unidade. Ele admitiu que, desde abril, o estado deve os repasses para manutenção da UPA, que já totalizam um débito de mais de R$ 8 milhões, contando as unidades do Parque Burle e de Tamoios, mas que a secretaria estadual de Fazenda já se programa para quitá-lo ao longo do próximo ano.
– É importante lembrar que, além do estado, a União também repassa R$ 500 mil e a prefeitura também tem a sua cota de participação, dentro da lógica de financiamento tripartite – advertiu Felipe Peixoto.
A notícia torna-se particularmente preocupante pela proximidade da alta temporada e, sobretudo, porque o Hospital Central de Emergência, anexo ao São José Operário, em São Cristóvão, foi reinaugurado com pompa no início de setembro, mas desde então ainda não foi reaberto ao público.
Procurado, o secretário municipal de Saúde, Carlos Ernesto Dornellas não foi localizado durante todo o dia para comentar o assunto, mas fontes ligadas à secretaria, que não quiseram se identificar, afirmam que o clima na unidade é de incerteza tanto com relação ao aproveitamento dos funcionários, como sobre o pagamento de dezembro e o 13º salário. Outra informação é que, diferentemente do que acontece hoje na UPA, será feito um cadastramento para que apenas moradores de Cabo Frio sejam atendidos no HCE.
*Leia a matéria completa na edição impressa desta quinta-feira (3)