sábado, 27 de abril de 2024
sábado, 27 de abril de 2024
Cabo Frio
24°C
Park Lagos Super banner
Park Lagos beer fest
Saúde

‘Rotina é péssima’, diz paciente

Moradora de Jardim reclama que Prefeitura não fornece cilindros de oxigênio

16 janeiro 2016 - 10h15
‘Rotina é péssima’, diz paciente

Com extrema dificuldade de falar por conta da fibrose que acomete os dois pulmões, Patrícia Bispo dos Santos reclama da demora em receber o aparelho portátil que necessita para se locomover. Desde antes das festas de fim de ano a paciente aguarda que a Secretaria de Saúde de Cabo Frio cumpra decisão judicial para fornecer o equipamento e os cilindros de oxigênio. No entanto, os cilindros só começaram a ser entregues a Patrícia no início desta semana – e o equipamento, até agora, nada.

– Minha rotina é péssima. Fico cheia de cãibra se ficar muito tempo numa mesma posição, e sem o aparelho portátil é difícil me locomover, ir ao médico. A Justiça já mandou, mas até agora nada foi cumprido. A empresa que fornece o botijão de oxigênio que tenho em casa veio recolhê-lo, mas eu segurei – conta, indignada, Patrícia, que faz 44 anos amanhã, sem muitos motivos para comemorar.

Segundo a moradora do Jardim Esperança, são necessários dois cilindros de 1,5m³ de oxigênio, mas, até o momento, a Secretaria de Saúde só entregou um – e mesmo assim depois que ela teve uma crise, ano passado, no Fórum, e precisou ser socorrida até um hospital. Ela saiu de lá com o equipamento, mantido em casa, e desde então enfrenta dificuldades para que o município cumpra a determinação judicial, que, na ocasião, havia dado prazo de duas horas para que o material fosse entregue.

– Tenho o botijão que passa para a mochila portátil, mas está vazio, sem oxigênio. A empresa quis levar, mas eu segurei. Se eu entregar, a Secretaria não vai me dar mais nenhuma assistência, como até hoje eles estão fazendo. Achei estranho, mas ontem (anteontem) veio um funcionário e trouxe apenas um cilindro, que só dá para três dias Meu caso é grave. Não é um descaso? – questionou a paciente.
Por estar sem o respirador portátil, Patrícia conta que “se sente presa à cama”, no quarto onde está instalado o cilindro de oxigênio. Além dos equipamentos, a Justiça também determinou que a Prefeitura fornecesse os medicamentos que Patrícia usa, mas, segundo ela, a entrega não estaria sendo feita.

A dificuldade para obter o aparelho e os cilindros teria começado quando o contrato da empresa terceirizada que fornece o material foi rescindido com a Prefeitura de Cabo Frio.
A reportagem da Folha tentou contato com a Secretaria de Saúde de Cabo Frio, para que a pasta pudesse comentar as reclamações de Patrícia Bispo dos Santos, tanto quanto a denúncia de não cumprimento de decisão judicial. No entanto, até o fim da tarde de ontem, a reportagem não obteve nenhuma resposta