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Rodrigo Simas

Rodrigo Simas: 'Sempre lutei contra o sistema, de dentro pra fora’

Candidato do PSOL à prefeitura de Arraial do Cabo fala sobre seus projetos

24 setembro 2016 - 01h28
Rodrigo Simas: 'Sempre lutei contra o sistema, de dentro pra fora’

Concorrendo à Prefeitura de Arraial do Cabo pela segunda vez – em 2012, teve 322 votos –, Rodrigo Simas enaltece sua tra­jetória dentro da administração pública, onde trabalhou como contador, como sua principal arma para desenvolver projetos em Arraial do Cabo. Além disso, aponta a Educação como o cami­nho para a mudança.

Folha dos Lagos – Por que você quer ser prefeito?

Rodrigo Simas – Para respon­der por que eu quero ser prefeito, teria que dizer quem sou eu pri­meiramente. Sou contador desde os 20 anos, onde ocupei alguns cargos na administração pública. Fui tesoureiro e contador da Câ­mara nos anos de 1999 e 2000 e responsável direto pela cassação do único vereador no município até hoje. Sempre lutei contra o sistema de dentro para fora, a fim de acabar com os desmandos da corrupção.

Sou uma pessoa humilde, lon­ge do status dos políticos profis­sionais, que após ver na política tantas injustiças, mentiras e po­líticos incapazes de gerir a nossa cidade, em sua grande maioria en­volvidos com o tráfico de drogas, corrupção e lavagem de dinheiro, me vi na obrigação de participar do pleito eleitoral, pois, além de ter coragem, tenho conhecimento e experiência, sou uma pessoa de bem. Sempre estudei em escola pública municipal, meu filho es­tuda em escola pública no mu­nicípio, sei a necessidade que se passa nas escolas, assim como no hospital municipal. Eu, que vivo a necessidade de todos os mora­dores, sei o que fazer para melho­rar cada ponto dessa cidade que tanto amo, sei onde estão os erros e sei como consertá-los.

Folha – Planos para o turis­mo. Quais são?

Simas – Praias Limpas: ex­cluir barracos da Praia Grande, arrumando um lugar alternativo para os pescadores colocarem seus materiais, abolindo a polui­ção visual. Dar continuidade ao calçadão da Praia Grande até o início da calha, além de conser­tar a própria calha para visitação, pois o lugar é lindo, além de ter um por do sol maravilhoso. Cons­truir a Casa do Pescador, aberto ao público, com fotos, rede de pesca, ossadas, todos os peixes da nossa região empalhados e co­locados no museu. Transformar a bomba da Praia Grande em um Aquário Temático, de vidro, com vários tipos de peixes. Morro co­lorido: o município dará a todos os munícipes residentes nos mor­ros da Cabocla, da Boa Vista e do Pontal, cimento e tinta, além da mão de obra de pintura em todas as casas do lado externo do seu imóvel, aumentando a valoriza­ção de suas casas e a visibilidade turística, acabando com a visão de favelização hoje existente.

Folha – A mobilidade urbana é um problema na cidade, que tem apenas uma via de acesso. Como resolver isso?

Simas – Os carros que não são dos moradores irão ficar em locais fora do centro da cidade, em estacionamentos municipais. Iremos colocar jardineiras e in­centivar o uso da bicicleta, além do incentivo à caminhada. Fare­mos também uma nova entrada no município, o caminho da Vila Industrial à Praia Grande, que já existe, mas iremos asfaltar com toda sinalização necessária.

Folha – E a Saúde?

Simas – Fui diretor de conta­bilidade da Secretaria de Saúde por diversos anos, sei o que fal­ta numa gestão pública. A Saúde na cidade é usada para benefícios políticos, vamos acabar com essa ligação e dar aos munícipes dig­nidade, independente da sua po­sição política. A Saúde passa por essa decadência, exatamente por falta de conhecimento dos admi­nistradores. Existem vários pro­gramas para serem usados de ma­neira preventiva e de combate a vetores, que hoje são usadas para encher a folha de pagamento com intuito de conquistar votos. Pre­cisamos tratar a Saúde com pro­fissionalismo e não com politica­gem. Vamos criar um convênio com outros municípios com in­tuito de reabrir a UTI no hospital. Sabemos que o gasto de uma UTI é grande, mas eu tenho esse com­promisso de abri-la, assim como a abrir a maternidade. Comprare­mos Ambulâncias e daremos aos postos de saúde, principalmente nos distritos como Monte Alto, Figueira, Sabiá, Novo Arraial e outros, que será aberto 24 horas, desafogando o Hospital Geral.

Folha – E na Educação?

Simas – Arraial do Cabo fi­cou em último lugar na Região dos Lagos e entre os últimos do Estado do Rio no desempenho do Índice de Desenvolvimen­to da Educação Básica (Ideb). Destinaremos 50% dos royalties do petróleo para a Educação. Criaremos um polo educacional nas áreas onde se encontram os Cieps: Yone Nogueira, João Tor­res, Ecatur e Parque Público. No polo serão concentrados a edu­cação, o esporte e a cultura do município, com quadras de es­porte, piscinas e espaço cultural. Criaremos a Universidade Re­gional, viabilizada por meio de um convênio entre os municípios da Região dos Lagos com apoio dos governos Estadual e Fede­ral, onde todos os cursos serão voltados à realidade da nossa re­gião. Criaremos o Ensino Médio Técnico, com cursos voltados ao mercado regional como Seguran­ça do Trabalho, Petróleo e Gás, Eletrotécnica, Enfermagem, Ra­diologia, Turismo, Hotelaria etc. Faremos um consórcio com as universidades Estadual e Federal, a fim de que sejam criados cursos de Turismo, Engenharia de Pesca e Petróleo e Gás. Teremos tam­bém o Projeto Aluno Nota 10. Como ficamos em último lugar no Ideb, temos a obrigação de elevar o grau escolar dos nossos alunos, com incentivo para nos­sos alunos e professores. Todos os alunos da escola pública mu­nicipal estarão concorrendo a bolsas de estudo pagas, obriga­toriamente, pela Prefeitura. Fora isso, todos os alunos das escolas municipais que tirarem nota 10, receberão um benefício, podendo ser viagens de férias, bicicletas, materiais esportivo e cultural ou valor em dinheiro, pago no final do ano aos alunos. No que se re­fere ao professor que cumprir a sua meta estipulada por sala de aula, terá incluso nos seus sub­sídios valores por cada meta ba­tida. O secretário de Educação será escolhido por voto direto dos profissionais concursados, não tendo influência do poder Execu­tivo Municipal; Assim como os diretores das escolas municipais serão escolhidos pelos alunos.

Folha – A cultura popular de Arraial é muito forte. O projeto Pescando Talentos, por exem­plo, se destaca por formar tan­tos jovens em diversos ramos culturais. Pretende dar conti­nuidade ao projeto? Quais seus planos para a Cultura?

Simas – Iremos continuar com o projeto sim, não só esse, como todos que forem para o benefício para a população. Faremos con­cursos anuais a fim de descobrir talentos e colocá-los dentro de uma gravadora, com intuito de divulgarem suas músicas, só po­dendo participar músicas inédi­tas. Além de ter professores para dar aulas, cada aluno escolhe o instrumento musical que quer aprender, cabendo ao município a compra desses materiais. Cria­remos o Dia da Leitura, com in­tuito de incentivar aos jovens a ler, tendo anualmente concursos de poesia também.

Folha – E os projetos para a pesca na cidade?

Simas – Meu projeto é criar um espaço com o nome Mercado do Peixe, uma feira diária para venda do pescado. Também tem o Frigorífico do Pescador. Vendo que nosso pescado é diariamen­te vendido para outros estados, o município terá um frigorífico municipal, para armazenagem do pescado. Comprando 50% para o restaurante popular e escolas mu­nicipais e 50% para revendas dos pescadores no comércio do peixe ou para seus atravessadores.

Folha – Como fugir da de­pendência da prefeitura? Quais seus planos para impulsionar a geração de empregos?

Simas – Dando incentivo fis­cal para empresas se instalem nos distritos. Faremos o novo Porto na Praia do Pontal, onde se en­contra o Porto do Forno hoje, o local onde hoje é o porto faremos uma super estrutura para abrigar exclusivamente o Turismo, a pes­ca e esporte náuticos.

* O candidato não respondeu às duas perguntas que seguem:

– Por que logo a Prefeitura an­tes da Câmara?

– Você não acha que a falta de experiência com a administração municipal possa te prejudicar?