Concorrendo à Prefeitura de Arraial do Cabo pela segunda vez – em 2012, teve 322 votos –, Rodrigo Simas enaltece sua trajetória dentro da administração pública, onde trabalhou como contador, como sua principal arma para desenvolver projetos em Arraial do Cabo. Além disso, aponta a Educação como o caminho para a mudança.
Folha dos Lagos – Por que você quer ser prefeito?
Rodrigo Simas – Para responder por que eu quero ser prefeito, teria que dizer quem sou eu primeiramente. Sou contador desde os 20 anos, onde ocupei alguns cargos na administração pública. Fui tesoureiro e contador da Câmara nos anos de 1999 e 2000 e responsável direto pela cassação do único vereador no município até hoje. Sempre lutei contra o sistema de dentro para fora, a fim de acabar com os desmandos da corrupção.
Sou uma pessoa humilde, longe do status dos políticos profissionais, que após ver na política tantas injustiças, mentiras e políticos incapazes de gerir a nossa cidade, em sua grande maioria envolvidos com o tráfico de drogas, corrupção e lavagem de dinheiro, me vi na obrigação de participar do pleito eleitoral, pois, além de ter coragem, tenho conhecimento e experiência, sou uma pessoa de bem. Sempre estudei em escola pública municipal, meu filho estuda em escola pública no município, sei a necessidade que se passa nas escolas, assim como no hospital municipal. Eu, que vivo a necessidade de todos os moradores, sei o que fazer para melhorar cada ponto dessa cidade que tanto amo, sei onde estão os erros e sei como consertá-los.
Folha – Planos para o turismo. Quais são?
Simas – Praias Limpas: excluir barracos da Praia Grande, arrumando um lugar alternativo para os pescadores colocarem seus materiais, abolindo a poluição visual. Dar continuidade ao calçadão da Praia Grande até o início da calha, além de consertar a própria calha para visitação, pois o lugar é lindo, além de ter um por do sol maravilhoso. Construir a Casa do Pescador, aberto ao público, com fotos, rede de pesca, ossadas, todos os peixes da nossa região empalhados e colocados no museu. Transformar a bomba da Praia Grande em um Aquário Temático, de vidro, com vários tipos de peixes. Morro colorido: o município dará a todos os munícipes residentes nos morros da Cabocla, da Boa Vista e do Pontal, cimento e tinta, além da mão de obra de pintura em todas as casas do lado externo do seu imóvel, aumentando a valorização de suas casas e a visibilidade turística, acabando com a visão de favelização hoje existente.
Folha – A mobilidade urbana é um problema na cidade, que tem apenas uma via de acesso. Como resolver isso?
Simas – Os carros que não são dos moradores irão ficar em locais fora do centro da cidade, em estacionamentos municipais. Iremos colocar jardineiras e incentivar o uso da bicicleta, além do incentivo à caminhada. Faremos também uma nova entrada no município, o caminho da Vila Industrial à Praia Grande, que já existe, mas iremos asfaltar com toda sinalização necessária.
Folha – E a Saúde?
Simas – Fui diretor de contabilidade da Secretaria de Saúde por diversos anos, sei o que falta numa gestão pública. A Saúde na cidade é usada para benefícios políticos, vamos acabar com essa ligação e dar aos munícipes dignidade, independente da sua posição política. A Saúde passa por essa decadência, exatamente por falta de conhecimento dos administradores. Existem vários programas para serem usados de maneira preventiva e de combate a vetores, que hoje são usadas para encher a folha de pagamento com intuito de conquistar votos. Precisamos tratar a Saúde com profissionalismo e não com politicagem. Vamos criar um convênio com outros municípios com intuito de reabrir a UTI no hospital. Sabemos que o gasto de uma UTI é grande, mas eu tenho esse compromisso de abri-la, assim como a abrir a maternidade. Compraremos Ambulâncias e daremos aos postos de saúde, principalmente nos distritos como Monte Alto, Figueira, Sabiá, Novo Arraial e outros, que será aberto 24 horas, desafogando o Hospital Geral.
Folha – E na Educação?
Simas – Arraial do Cabo ficou em último lugar na Região dos Lagos e entre os últimos do Estado do Rio no desempenho do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Destinaremos 50% dos royalties do petróleo para a Educação. Criaremos um polo educacional nas áreas onde se encontram os Cieps: Yone Nogueira, João Torres, Ecatur e Parque Público. No polo serão concentrados a educação, o esporte e a cultura do município, com quadras de esporte, piscinas e espaço cultural. Criaremos a Universidade Regional, viabilizada por meio de um convênio entre os municípios da Região dos Lagos com apoio dos governos Estadual e Federal, onde todos os cursos serão voltados à realidade da nossa região. Criaremos o Ensino Médio Técnico, com cursos voltados ao mercado regional como Segurança do Trabalho, Petróleo e Gás, Eletrotécnica, Enfermagem, Radiologia, Turismo, Hotelaria etc. Faremos um consórcio com as universidades Estadual e Federal, a fim de que sejam criados cursos de Turismo, Engenharia de Pesca e Petróleo e Gás. Teremos também o Projeto Aluno Nota 10. Como ficamos em último lugar no Ideb, temos a obrigação de elevar o grau escolar dos nossos alunos, com incentivo para nossos alunos e professores. Todos os alunos da escola pública municipal estarão concorrendo a bolsas de estudo pagas, obrigatoriamente, pela Prefeitura. Fora isso, todos os alunos das escolas municipais que tirarem nota 10, receberão um benefício, podendo ser viagens de férias, bicicletas, materiais esportivo e cultural ou valor em dinheiro, pago no final do ano aos alunos. No que se refere ao professor que cumprir a sua meta estipulada por sala de aula, terá incluso nos seus subsídios valores por cada meta batida. O secretário de Educação será escolhido por voto direto dos profissionais concursados, não tendo influência do poder Executivo Municipal; Assim como os diretores das escolas municipais serão escolhidos pelos alunos.
Folha – A cultura popular de Arraial é muito forte. O projeto Pescando Talentos, por exemplo, se destaca por formar tantos jovens em diversos ramos culturais. Pretende dar continuidade ao projeto? Quais seus planos para a Cultura?
Simas – Iremos continuar com o projeto sim, não só esse, como todos que forem para o benefício para a população. Faremos concursos anuais a fim de descobrir talentos e colocá-los dentro de uma gravadora, com intuito de divulgarem suas músicas, só podendo participar músicas inéditas. Além de ter professores para dar aulas, cada aluno escolhe o instrumento musical que quer aprender, cabendo ao município a compra desses materiais. Criaremos o Dia da Leitura, com intuito de incentivar aos jovens a ler, tendo anualmente concursos de poesia também.
Folha – E os projetos para a pesca na cidade?
Simas – Meu projeto é criar um espaço com o nome Mercado do Peixe, uma feira diária para venda do pescado. Também tem o Frigorífico do Pescador. Vendo que nosso pescado é diariamente vendido para outros estados, o município terá um frigorífico municipal, para armazenagem do pescado. Comprando 50% para o restaurante popular e escolas municipais e 50% para revendas dos pescadores no comércio do peixe ou para seus atravessadores.
Folha – Como fugir da dependência da prefeitura? Quais seus planos para impulsionar a geração de empregos?
Simas – Dando incentivo fiscal para empresas se instalem nos distritos. Faremos o novo Porto na Praia do Pontal, onde se encontra o Porto do Forno hoje, o local onde hoje é o porto faremos uma super estrutura para abrigar exclusivamente o Turismo, a pesca e esporte náuticos.
* O candidato não respondeu às duas perguntas que seguem:
– Por que logo a Prefeitura antes da Câmara?
– Você não acha que a falta de experiência com a administração municipal possa te prejudicar?