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MERCADO AQUECIDO

Região dos Lagos cria 418 vagas de emprego com carteira assinada em agosto

Marca é a melhor do ano, segundo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados

13 outubro 2020 - 16h59Por Rodrigo Branco

Juntos, os municípios da Região dos Lagos geraram 418 postos formais de trabalho em agosto, a melhor marca do ano e desde que o governo federal mudou o formato do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), em janeiro. O resultado no azul é a diferença entre o número de contratações (1.784) e demissões (1.366). 

A quantidade de admissões é a maior desde o começo da pandemia de Covid-19, o que aponta para um cenário de reaquecimento no mercado de trabalho, uma vez que se trata do terceiro mês seguido com geração de empregos com carteira assinada. 

Todas as sete cidades da região contrataram mais do que demitiram em agosto, com destaque para São Pedro da Aldeia, que gerou 166 postos de trabalho. Em seguida, vem Saquarema, com a criação de 149 empregos com carteira assinada. A lista é completa com Cabo Frio (42 vagas formais abertas); Búzios (27); Araruama (20); Arraial do Cabo (11) e Iguaba Grande (3).

Entre os segmentos econômicos, é o comércio quem lidera a retomada. As lojas e demais estabelecimentos da região contrataram 800 trabalhadores e dispensaram 636 no oitavo mês do ano, o que representa um superávit de empregos de 164, ou a abertura de 164 novos postos de trabalho. O setor de serviços é o segundo colocado na lista, com 101 vagas criadas; seguido da construção civil (98); da indústria (49) e da agropecuária (6). 

Empresário ligado ao setor de serviços, Carlos Cunha, que preside a Associação de Hotéis e Restaurantes de Cabo Frio confirma que o segmento retomou a procura por empregados, após as recentes flexibilizações promovidas pela Prefeitura. Cunha aposta em um cenário de retomada no mercado de trabalho nos próximos meses.

– Quando você consegue vender mais e, no nosso caso, hospedar mais, você precisa de mais mão de obra. A mão de obra que a gente tinha era pra trabalhar com 40% (de ocupação). Estamos contratando, ainda timidamente, pois tem 15 dias que ampliou para 70% a taxa de ocupação. Estamos contratando, nem que seja de forma temporária, e a tendência é de aquecimento, contratar cada vez mais, mantendo esse índice de 70% – vislumbra o hoteleiro.

De outro lado, olhando pela ótica do ‘copo meio vazio’, o ritmo de geração de empregos ainda é lento comparado ao estrago feito pela enxurrada de demissões no começo da pandemia de Covid-19. Somente nos meses de março, abril e maio, a Região dos Lagos viu serem fechados 6.938 postos de trabalho; dos quais foram recuperados somente 679 (cerca de 10%) nos três meses seguintes, entre junho e agosto. 

No acumulado de 2020, a retração do mercado concretizou-se com a perda de 5.729 empregos formais, com todas as garantias previstas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Nos oito primeiros meses do ano, apenas Saquarema teve mais admissões que dispensas e, mesmo assim, com uma diferença de apenas cinco postos de trabalho. 

A perspectiva de recuperação lenta da economia brasileira e fluminense leva o presidente em exercício da Associação Comercial e Industrial de São Pedro da Aldeia (Aciaspa), Felipe Serpa, analisar o cenário com cautela.

O empresário vê com bons olhos a melhoria no segmento comercial aldeense, que gerou 64 novas vagas de trabalho em agosto, mas destaca a força da construção civil, que teve variação positiva de 13% no último levantamento do Caged, contra somente 1,35% do comércio. Para Serpa, o fluxo de novos moradores ao município por causa da pandemia tem influência no quadro. O número de novos prédios e de canteiros de obras reforçam o raciocínio. 

– No comércio, o que a gente observa é um movimento de pessoas de fora da cidade que estão vindo e estabelecem empresas. Não sei a relação, mas tem uma série de fatores, mas muitas empresas que fecharam e outra abriram no lugar delas. Mas se você pensar o que são 64 vagas a mais dentro da realidade de São Pedro da Aldeia? No caso da construção civil, o maior indicativo são as lojas de material de construção. Eles estão falando para os clientes encomendarem material de revestimento porque a indústria não consegue entregar – relata.