A expectativa inicial era reabrir no mês que vem com a encenação de um texto do escritor pernambucano Ariano Suassuna (1927-2014), mas a crise financeira adiou os planos. Por isso, a secretaria municipal de Cultura de Cabo Frio trabalha com nova estimativa para a retomada da programação do Teatro Municipal Inah de Azevedo Mureb: dezembro deste ano.
A previsão é feita pelo próprio secretário Ricardo Chopinho. Segundo ele, a licitação para a reforma do espaço, que completa 20 anos em 2017, já foi feita. Agora, Chopinho espera que nos próximos 30 dias sejam feitos o empenho e a liberação dos recursos para que os trabalhos de recuperação sejam iniciados em setembro. Como o prazo para o fim das obras é de três meses, o secretário acredita que o palco mais nobre da arte cabofriense esteja pronto a tempo de ser um verdadeiro ‘presente de Natal’ para a comunidade artística da cidade.
– Isso vai acontecer porque é um compromisso do prefeito – assegura Chopinho.
A recuperação vem em boa hora. Atualmente, o espaço recebe apenas cursos e oficinas, uma vez que está completamente deteriorado. Há rachaduras onde ficam as poltronas da plateia e, com a queda de uma estrutura de sustentação, o palco também corre o risco de ceder, se houver sobrepeso. Conforme a reportagem da Folha havia relatado em matéria publicada no último dia 21 de abril, há outros problemas como fiação exposta e pichações. Segundo a prefeitura, as obras custarão R$ 144.966, 04, incluindo material e mão de obra. Serão executados a reforma da parte elétrica, iluminação, cobertura de piso, recuperação de cobertura, colocação de telha cerâmica, pintura e limpeza geral.
Fora isso, o equipamento de som teve que ser reposto, uma vez que não foi encontrado na passagem entre a antiga e a atual gestão. Ele foi levado por uma empresa terceirizada, que alega ter sofrido calote. O assunto foi objeto de uma auditoria feita pela secretaria de Cultura, cujo resultado foi recentemente divulgado à imprensa. Segundo o governo, R$ 540 mil em bens não foram localizados. Em entrevista ao jornalista Moacir Cabral, ontem, no programa Cidade Viva, da TV Litoral, Chopinho falou que acredita em punições.
– O que a gente apura é a relação de patrimônio. Fizemos um levantamento do que encontramos e do que não foi encontrado. Vai demorar, mas alguém vai pagar por isso – prevê.
A tomada de contas feita pelo governo será enviada para os órgãos de fiscalização e controle como Tribunal de Contas e Ministério Público.