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Qualificação de mão de obra em Cabo Frio faz sobrar vaga no mercado 

Índice da cidade supera a média nacional

11 agosto 2014 - 11h29Por Nicia Carvalho/ Foto: Johnny Costa
 Qualificação de mão de obra em Cabo Frio faz sobrar vaga no mercado 

Uma equação que não encontra um denominador comum – que não consegue se fechar a contento. Assim pode ser definida a relação vagas versus profissionais, pelo menos em Cabo Frio.  Toda semana, das 90 vagas colocadas à disposição através da Agência Estadual de Trabalho e Renda, o antigo Sine, sobram 70. A formação exigida é, principalmente, de Ensino Médio. Vagas que exigem nível superior, dependendo da função, são duas por semana. O principal motivo para a conta não bater é a falta de qualificação dos candidatos, segundo Ana Cláudia Melo Vieira, coordenadora do Sebrae em Cabo Frio.

– A maior dificuldade dos empresários na hora de contratar é não ter mão de obra qualificada na região – analisa. 

Das cidades da Baixada Litorânea, o município já foi considerado como um bom centro de fluxo de vagas e de contratações, mas há cerca de seis meses a realidade mudou. O índice chegou a 70%, contra aproveitamento de cerca de 90% no mesmo período do ano passado. Ainda segundo a Agência Estadual na cidade, os motivos que engrossam a lista de razões para a conta não fechar são os mais variados: candidatos que retiram a carta de apresentação e não comparecem à entrevista; o salário, que muitas vezes não interessa; e, em alguns casos, a qualificação do profissional é maior do que o trabalho oferecido. Outra razão apresentada é a onda de preferência pelo mercado offshore. No entanto, vagas para o setor não aparecem com facilidade.

As áreas com mais ofertas de vaga são comércio, hotelaria e restaurantes, em funções como camareira, cozinheiro e auxiliar de cozinha, recepcionistas e auxiliar de serviços gerais. Já as funções de auxiliar de escritório, assistente administrativo o entrave, muitas vezes, é a falta de experiência na carreira.  Na área de contabilidade, por exemplo, a dificuldade na hora de contratar pode esbarrar na falta de habilidades com determinados programas de computador, como os gerenciadores de planilhas. A ferramenta é fundamental para as atividades da área contábil.

Para áreas de formação superior a realidade não é diferente. Há semanas, o Sine está com duas vagas pendentes no sistema para engenharia, no setor de construção civil. O entrave, neste caso, costuma ser a falta de experiência no setor, preferencialmente em obras de grande porte. Contratar vigias também é difícil. Para a função toda semana 60 vagas são abertas, mas o índice de preenchimento beira apenas a metade. O motivo: falta de curso específico e de certificado, que precisa estar atualizado a cada dois anos. Outra razão apontada é a preferência dos empregadores por moradores de Cabo Frio, o que barateia o custo com passagem. De cada dez vagas, apenas três são preenchidas por profissional de outras cidades.

Fim de ano e seguro desemprego

Cerca de 70 vagas semanais deixam de ser preenchidas no mercado de trabalho de Cabo Frio

A expectativa do Sine é de que o cenário volte a melhorar com a proximidade do fim do ano. O setor de comércio, ao lado do turístico, é responsável por grande parte das contratações na cidade durante este período.

Por outro lado, o índice de entradas no seguro desemprego este ano aumentou consideravelmente. Em abril, chegou a quase 500 contra pouco mais de 100 no fim do ano passado. De acordo com o Sine, nesta época a taxa costuma elevar por conta das dispensas das contratações extras para o fim do ano. A partir da metade do ano, o índice sobe em razão das liberações de trabalhadores do período de férias. Portanto, o número de pessoas sem emprego fixo pode ser medido pela taxa de empregabilidade da baixa temporada. Hoje, este número gira em torno de 6,8%, um pouco acima da média nacional, que foi de 4,9% em abril deste ano, por exemplo.

No entanto, Cabo Frio vem melhorando e apresentando resultados expressivos. Um levantamento feito pelo Ministério do Trabalho através do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado em janeiro deste ano, revela que o município de Cabo Frio encerrou o ano de 2013 em 10º lugar entre as cidades do Estado que mais geraram emprego formal no último ano na área do comércio (1.891 contratações).