A paralisação nacional marcada para hoje por centrais sindicais e movimentos populares contra a Reforma da Previdência pretendida pelo Governo Federal terá reflexos nas salas de aula de Cabo Frio e Arraial do Cabo e nas escolas da rede estadual de ensino. O Sindicato dos Profissionais da Educação (Sepe Lagos) aprovou em assembleia a interrupção das atividades por 24 horas como forma de protesto contra as possíveis mudanças nas regras para a aposentadoria. O sindicato está organizando uma caravana com os trabalhadores que quiserem participar da manifestação, que acontece a partir das 16h, na Candelária, no centro do Rio.
–Não existe motivo para essa reforma, que vai pegar principalmente o trabalhador do campo; o professor, que vai perder a aposentadoria especial, à qual tinha direito; e a mulher, que antes trabalhava cinco anos a menos que o homem e agora vai ter que trabalhar o mesmo tempo, além de ter que contribuir 49 anos para ter direito à aposentadoria integral. Isso significa morrer sem se aposentar – dispara a diretora do Sepe Lagos, Denise Teixeira.
Na prática, a paralisação dos professores significa uma nova pausa na reposição das aulas do ano letivo de 2016 na rede municipal de Cabo Frio, após a interrupção de 24 horas da semana passada que aconteceu em função de erros no pagamento da última parcela do acordo firmado com o governo. A secretária municipal de Educação, Laura Barreto, reconhece a legitimidade do movimento de hoje, mas preferiu não comentar sobre como será feita a reposição das aulas perdidas.
– Não sei como vai acontecer. A gente vai ver. Se todo mundo paralisar, depois a gente vai discutir. Não sei se vai ter adesão total. Eles (Sepe) mandaram ofício, mas é da consciência de cada um – disse a secretária.
O Sindicato dos Profissionais da Saúde de Cabo Frio (SindSaúde) também marcará presença no Rio, mas não haverá suspensão das atividades, segundo o presidente Gelcimar Almeida.
– A gente tem conversado com várias pessoas, mas é complicado (parar) pela situação de emergência. Foram nove meses de greve, há uma grande demanda reprimida. Seria bom se todos pudessem ir em repúdio a essa reforma, que é uma afronta, pois retira direitos obtidos há décadas – disse Mazinho, como é conhecido.