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Projeto coloca crianças autistas para dançar

Aulas gratuitas reúnem crianças com autismo e síndrome de down de 3 a 12 anos

18 setembro 2019 - 20h15Por Tomás Baggio
Projeto coloca crianças autistas para dançar

Um projeto está dando a oportunidade de crianças com transtorno do espectro autista aprenderem a dançar em Cabo Frio. As aulas são gratuitas e reúnem, também, crianças com síndrome de down.

As atividades ministradas pelo professor de dança Allan Lobato são abertas e ocorrem às quartas-feiras, as 16h30, na Casa de Apoio à Família do Deficiente, na Rua Portugal, 5, no bairro Jardim Caiçara, em parceria com a Associação dos Pais, Profissionais e Amigos dos Autistas de Cabo Frio (Appa Casa Azul). Atualmente são 12 crianças entre 3 e 12 anos de idade.

– Sabemos que a dança tem a capacidade de transformar o comportamento das pessoas. A dança gera inclusão social e muitas melhoras relacionadas à interação social dos alunos. Também é importante na parte da coordenação motora, da postura e outras áreas. Estamos muito satisfeitos com os resultados – diz Allan Lobato, que busca apoio para manter e expandir o projeto.

Para a presidente da Appa Casa Azul, Núbia Lopes, o projeto está sendo surpreendente.

– O Allan veio propor essa parceria e achamos muito interessante. A cada aula chega uma criança nova para conhecer e vão ficando. Existe o mito de que o autista não gosta de contato, mas eles gostam de interação social, sim, só não sabem como fazer. Quando alguém ensina o caminho, eles vão se desenvolvendo bem e tudo vai fluindo normalmente – afirma Núbia, que é mãe de dois meninos com transtorno do espectro autista, Miguel, de 4 anos, que participa das aulas de dança, e Samuel, de 9, que prefere jogar capoeira.

– É muito importante que mães e pais estejam sempre em busca do que a criança gosta. Eles vão demonstrar com o que se identificam mais – completa.

Entre as mães de crianças que participam do projeto, Elizabeth Oliveira destaca a evolução do filho, Luis Gustavo, de 5 anos. Para ela, é nítido que o filho está interagindo mais.

– Para ele está fazendo muito bem. Ele é um pouco tímido, que é uma coisa comum dentro do espectro autista, mas está ficando mais desinibido. Está socializando mais. Ele é não verbal, está começando a falar agora, então esse tipo de estímulo é muito importante. Na quarta-feira ele faz duas terapias antes da aula de dança, mas quando vai chegando o horário, já fica ansioso, querendo ir dançar. No domingo estávamos vendo TV, teve a dança dos famosos (quadro do programa Domingão do Faustão, na Globo) e ele me tirou pra dançar. Está realmente interessado, isso é ótimo – conta ela.