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Produção despenca e encarece camarão

Com defeso até final de maio, somente camarão de cativeiro pode ser comercializado

15 março 2017 - 07h52
Produção despenca e encarece camarão

Camarão com limão e uma pi­tadinha de sal... Quem é que não gosta? Mas, para azar dos apai­xonados pelo sabor do crustá­ceo, a delicada pitadinha tornou-se de repente uma desastrada pá de sal quando o assunto é o que interessa em tempos de crise: preço. Pois não é que a iguaria chegou à casa dos R$ 50 em mercados da Região dos Lagos?

A onda de preço alto tem duas razões. Primeiro, o vírus da mancha branca, doença que afetou cerca de 30% da produ­ção do camarão de cativeiro em 2016. Segundo, o período de de­feso do camarão do mar, que se estende até o final de maio.

Resultado: reclamação de to­dos os lados. De quem compra e, também, de quem vende.

– Os clientes reclamam do preço. Até eu reclamo – dispara a proprietária da Peixaria Maré Alta, Luzia Costa da Silva.

Dona de uma peixaria em lo­cal nobre, no Porto da Barra, em Búzios, Luzia, no entanto, afir­ma que a venda do crustáceo não diminuiu apesar do preço.

– Hoje (ontem) está a R$45,00, mas varia. Mas apesar das reclamações, as pessoas estão comprando mesmo assim – diz.

A realidade vivida no municí­pio buziano é bem diferente de em Cabo Frio. Pelo menos é o que dizem donos de peixaria e até mesmo os consumidores. Jo­aquim Narciso, dono da Peixaria do Povo, em São Cristóvão, afir­ma que a venda despencou. E a expectativa para o feriado da Se­mana Santa não é das melhores.

– O preço está fora da reali­dade. Hoje (ontem), o quilo está a R$ 47. A venda caiu de 70 a 80%. Portanto, também estou comprando menos – diz Joaquim.

– Se o preço continuar desse jeito, na Semana Santa vamos vender muito pouco – completa.

Enquete realizada por repor­tagem no Facebook comprova a tese de Joaquim: pouquíssima gente se atreve a desembolsar o o preço atual do crustáceo – que, veja só, acabou virando piada.

– Miojo com sabor de cama­rão R$ 0,99 no Assaí – se diverte a internauta Delainy Passos, que recebe o apoio do também inter­nauta Sandro Aluisio Duarte:

– Caldo knoor com gosto de camarão – dispara.

Mas brincadeiras à parte, quem não consegue divertir com essa realidade é o Chefe de Cozi­nha Dê da Silva. Ele vende aca­rajé e afirma que não tem como repassar o preço para os clientes. O jeito é amargar prejuízo:

– Não tenho como repassar o valor, pois existe uma crise eco­nômica. Acabo perdendo. Não tem como repassar o preço. Te­nho que tirar recursos de outro lugar para manter a qualidade do produto, que é minha mar­ca. Quem prioriza a qualidade do serviço oferecido perde. É o risco do negócio – explica ele.e

Aldicérgio Soares, dono de um restaurante em Arraial, tam­bém não tem como substituir o camarão no cardápio e acaba, li­teralmente, pagando o preço.

– Não tenho para onde correr. Preciso do camarão para rechear os pasteis. Pago R$50,00 o quilo.