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Repasses

Presidente da Apae nega repasse de R$ 3,2 milhões da Prefeitura de Cabo Frio

Dados do Portal da Transparência indicam repasses entre fevereiro e julho de 2015

15 outubro 2015 - 09h21Por Rodrigo Branco

“Meu Deus, onde está esse dinheiro?”. Foi entre risadas nervosas que a presidente da As­sociação dos Pais e Alunos Ex­cepcionais (Apae) de Cabo Frio, Kely Soares, reagiu ao saber pela reportagem que dados do Portal da Transparência do município apontam repasses de mais de R$ 3,2 milhões da Prefeitura para a entidade filantrópica, entre feve­reiro e julho deste ano.

Procurado, o secretário de Co­municação, Edinho Ferrô, ficou de apurar a situação junto à se­cretaria de Administração, mas não atendeu mais as ligações da reportagem, tampouco as retor­nou até às 21h30 de ontem, hora de fechamento desta edição.

De acordo com os dados ofi­ciais, somente no segundo mês do ano, foram repassados, em dez parcelas de diferentes valo­res, mais de R$ 3 milhões em favor da Associação, que cuida de 350 crianças nas unidades de Cabo Frio, em São Cristóvão, e do distrito de Tamoios.

No entanto, a realidade da Apae cabofriense está bem dis­tante dos números astronômicos apresentados e que podem ser consultados por qualquer pessoa no site da Prefeitura. De acordo com Kely, a única ajuda ofereci­da pelo município à entidade é por meio da cessão de servido­res, o que corresponde a 80% do quadro de pessoal, hoje de apro­ximadamente 120 funcionários, incluindo as duas unidades.

– Nunca recebemos qualquer numerário da prefeitura, nem fi­zemos nenhum tipo de pedido de dinheiro. Eles já nos fornecem 80% dos nossos funcionários, o que já é uma ajuda bem grande.

Ela conta ainda que as prin­cipais fontes de recursos da en­tidade são um convênio com a Fundação para a Infância e da Adolescência (FIA), ligada ao Governo do Estado, que rende mensalmente entre R$ 20 mil e R$ 22 mil e com a concessio­nária de energia elétrica Ampla, que inclui um determinado va­lor na conta de luz dos interessa­dos em ajudar, o que gera mais R$ 20 mil por mês aos cofres da instituição, que é privada, mas de utilidade pública. A verba é usada para compra de alimentos, bem como outras despesas.

O Sistema Único de Saúde (SUS) também ajuda a finan­ciar um percentual de alguns procedimentos e o pagamento de alguns profissionais na rede particular de saúde. Além disso, Kely afirma que a entidade rece­be inúmeras doações, inclusive de cestas básicas, muitas delas como penas alternativas de con­denados pela Justiça.

 

Leia a matéria completa na edição impressa desta quinta-feira (15)