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GIGOGAS

Prefeitos vão à justiça por conta de chegada de vegetação nas praias

Em ação movida por Arraial, juiz decidiu em liminar pelo fechamento do Canal do Paulista

26 dezembro 2019 - 20h06Por Tomás Baggio

Os prefeitos de Cabo Frio, Adriano Moreno (DEM), e de Arraial do Cabo, Renatinho Vianna (PRB), decidiram recorrer à Justiça contra os danos provocados pela vegetação que chegou às praias da Região dos Lagos após a abertura de um canal em Carapebus, no Norte do estado. O objetivo é que sejam apuradas as responsabilidades sobre o despejo de toneladas de gigogas no mar. 

No caso de Arraial, a Ação Civil Pública movida contra Carapebus e contra o Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio) gerou uma decisão liminar da Justiça obrigando o fechamento do Canal do Paulista, de onde teria partido a vegetação. A decisão do juiz federal Adriano Saldanha Gomes de Oliveira fixa multa diária de R$ 200 mil em caso de abertura do canal.

– Isso está gerando um transtorno tremendo porque essas plantas não param de chegar. Foge a qualquer planejamento porque isso não era esperado e, além do prejuízo ambiental, traz um prejuízo turístico muito grande porque estamos entrando na alta temporada. Já temos cancelamento de reservas em pousadas por causa disso. Todo dia estamos limpando e continua sujo, porque chegam mais a todo momento. Ainda não consigo saber o tamanho do prejuízo para a nossa cidade – afirma o prefeito de Arraial, Renatinho Vianna.

Já em Cabo Frio, o caminho escolhido foi por meio de denúncia ao Ministério Público Federal e ao Ministério Público Estadual. Segundo o prefeito Adriano Moreno, não está descartado um pedido de reparação financeira para os gastos gerados pela chegada do material.

– Se for constatado que houve danos, poderemos entrar com uma ação de reparação pelos danos ambientais e materiais. Esse material que é recolhido precisa ser levado para o aterro sanitário, e nós pagamos por tonelada de lixo levada para o aterro. O gasto vai aumentar muito – reclama Adriano.

O prefeito se queixa, ainda, de não ter recebido qualquer contato por parte da Prefeitura de Carapebus.

– Não vi nenhuma manifestação por parte da Prefeitura de Carapebus. Acho que eles tinham que chamar os prefeitos aqui da região, porque, além de Cabo Frio, Búzios e Arraial do Cabo também foram atingidas, e explicar o que aconteceu, oferecer equipes de apoio para a limpeza, dizer as providências que estão tomando. Mas não falaram nada. Acho isso errado – declarou o prefeito de Cabo Frio

Ele frisa, no entanto, a necessidade de explicar à população e aos turistas que não se trata de material tóxico.

– O maior problema que podemos ter agora é ter alguma informação errada sobre isso. É importante dizer que, apesar de desagradável, essa vegetação não é tóxica e não oferece qualquer risco para os banhistas nas nossas praias – acrescenta Adriano.