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REGIÃO DOS LAGOS

Inea e municípios da região monitoram avanço de óleo no mar

Secretários municipais vão discutir plano de ação com a Petrobras nesta sexta (08)

05 novembro 2019 - 19h13Por Rodrigo Branco
Inea e municípios da região monitoram avanço de óleo no mar

O avanço contínuo das manchas de óleo pelo mar, a partir do litoral do Nordeste, acendeu o sinal amarelo para as autoridades ambientais do estado do Rio de Janeiro, uma vez que a poluição já atingiu praias do sul da Bahia. O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informou ontem que encontra-se em estado de vigilância e que já tem um Plano de Contingência institucional, que abrange a possível chegada do óleo nas praias fluminenses.

A situação está sendo monitorada em alto-mar, pelo Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA), composto pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Agência Nacional de Petróleo (ANP), e a Marinha do Brasil. Os órgãos federais repassam as informações obtidas para o Inea.

Apesar da mobilização, o órgão ambiental estadual disse que o Ibama garantiu que não foram identificadas manchas em alto-mar, nem tendência de deslocamento para as proximidades do Estado do Rio. Contudo, as medidas de prevenção estão sendo tomadas para que a costa fluminense não seja impactada pela tragédia ambiental. 

Entre as ações planejadas pelo Inea, está a capacitação do corpo técnico da Defesa Civil Estadual e dos 25 municípios costeiros, além de vários setores do próprio órgão para atuação em caso de surgimento de óleo nas praias fluminenses. O treinamento terá técnicas de avaliação de cenário emergencial; coordenação de ações para limpeza das praias; e destinação ambiental adequada do resíduo recolhido.

A primeira capacitação será voltada para técnicos das superintendências regionais, gestores das unidades de conservação estaduais, como o Parque Estadual da Costa do Sol; a Gerência de Fauna do Inea, e a Defesa Civil Estadual. Um grupo de trabalho especial também foi formado pelo Governo do Estado, no fim de outubro, para acompanhar a situação. O grupo é coordenado pela secretária do Ambiente e Sustentabilidade, Ana Lúcia Santoro, e composto por técnicos da Secretaria de Meio Ambiente e do Inea.

Municípios vão se reunir com a Petrobras 

Não é apenas o Inea que está em alerta com a possível chegada das manchas de óleo vindas do Nordeste. Os governos de Cabo Frio, Armação dos Búzios e Arraial do Cabo se articulam para a tomada de medidas conjuntas de prevenção a uma possível chegada das manchas de óleo nas praias da região, às vésperas da alta temporada.

Depois de amanhã, uma reunião entre representantes das prefeituras e da Petrobras, na sede da empresa, no Rio, vai definir uma plano de ação para preparar os municípios.  A situação é considerada preocupante, uma vez que os equipamentos de contenção prometidos pela estatal petrolífera, que deveriam ter chegado desde 26 de setembro, ainda não estão disponíveis. A cessão dos equipamentos foi definida por intermédio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) celebrado junto ao Ministério Público, por causa do vazamento de óleo ocorrido em abril nas praias da região. O acordo também previa um treinamento ministrado pela empresa para servidores do município, o que foi cumprido. 

De acordo com Secretário de Meio Ambiente de Búzios, Fernando Savino, foi entregue ao Ministério Público um ofício comunicando o não cumprimento do acordo, pois os equipamentos não foram entregues até o momento. 

– Já estamos traçando estratégias para a possível chegada de óleo, os pescadores estão em alerta para avisarem caso encontrem manchas no mar – explicou o secretário.

O colega de cargo em Cabo Frio, Mário Flavio Moreira, evitou alarde, mas admitiu que está preocupado com o quadro.

– Diria que a gente tem que ter cautela e esperar. A princípio, não tem nenhuma ocorrência para o Sudeste, mas, como foi encontrado óleo no sul da Bahia, isso nos preocupa, porque as correntes podem virar, por algum fenômeno natural e trazer esse óleo pra cá, principalmente o óleo que está no fundo. Uma ressaca pode revolver o óleo, estamos vivendo um momento de ressaca. A preocupação real existe, e vamos monitorar contando com apoio da Petrobras e do Ibama, que são os órgãos responsáveis por essa atribuição – comentou.