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Pirâmide de São Paulo Mercado Good faz vítimas na Região dos Lagos

Empresa para de realizar pagamentos e deixa clientes à deriva

06 setembro 2021 - 19h54Por Redação
Pirâmide de São Paulo Mercado Good faz vítimas na Região dos Lagos

Mais de uma semana após a Polícia Federal prender o ex-garçom Glaidson Acácio dos Santos, acusado de montar pirâmide financeira através de sua empresa, a GAS Consultoria Bitcoin, outro negócio que prometia retornos expressivos aos clientes chegou aos noticiários. Desta vez não tem ligação com criptomoedas; trata-se de um aplicativo que pagava para usuários fazerem determinadas tarefas como assistir e curtir vídeos na internet: o Mercado Good. Ao contrário da GAS Consultoria, que, segundo os clientes, ainda está realizando os pagamentos, o Mercado Good simplesmente parou de fazer os repasses.

A empresa atuava sob a razão social China Capital - Cobrança, Intermediação e Negócios Financeiros LTDA, com sede no município de São Paulo. Há diversas vítimas em Cabo Frio e outras cidades da Região dos Lagos. Bruno Ferreira, uma das pessoas que foram lesadas, contou em entrevista a uma TV local que ex-investidores reúnem-se em grupos de WhatsApp para discutir possíveis providências. Ele revelou que alguns chegaram a investir o próprio salário, o dinheiro do aluguel ou até mesmo recorreram a empréstimos para adquirir um aplicativo que prometia retorno financeiro rápido, em até três dias. A propaganda do aplicativo era quase um sonho: “nosso desejo, o Brasil sem probreza”. Já o slogan era “o futuro está aqui”.

Para ganhar dinheiro, a proposta era simples: bastava o cliente comprar o acesso vip, que custava entre R$ 90 e R$ 12.600, assistir vídeos sugeridos pelo aplicativo, curtir e comentar, e ganhar recompensas que variavam de R$ 3 a R$ 420 ao dia, R$ 90 a R$ 12.600 ao mês ou R$ 1.080 a R$ 151.200 ao ano. Bruno Ferreira investiu R$ 8.400. Ele teria sido incentivado pela plataforma e convidar mais amigos, ampliando sua margem de lucro. No início, Bruno começo chegou a receber alguns prêmios, mas, depois de um tempo, o sistema caiu. – Eles são profissionais nisso. Simulam problemas técnicos. As pessoas reclamam, e eles resolvem. Isso nos dá credibilidade porque eles não sumiram. Os administradores nos garantiam que não era golpe, que não era pirâmide, e nos orientavam dizendo que tudo era apenas um problema técnico. Mas agora até eles dizem que foram enganados – revelou Bruno.

O caso de suposto estelionato acabou virando assunto de polícia com direito a registro de um boletim de ocorrência, e investigações sob sigilo. Em vídeos no You Tube que relatam o golpe, diversas vítimas aumento o coro da indignação. “Golpe total! Excluíram geral do grupo, só tem uns que adicionaram umas pessoas novamente (para “disfarçar”), as fotos deles... eles tiraram e eram tudo de asiático, fake e estrangeiros. Os múmeros quase tudo parecido (sic), você manda mensagem e está como se nunca tivesse existido (sem internet). Conta principal no Instagram não existe mais. No começo eles fazem tudo direitinho como se fosse um site bancário, para ninguém desconfiar que são bandidos, depois de conseguirem bastante pessoas colocando dinheiro alto na plataforma, aí eles mostram que são bandidos”, desabafou uma vítima. Dados do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro revelam que de janeiro a julho deste ano foram registrados quase 390 casos de estelionato somente em Cabo Frio.

No mesmo período de 2020 foram 344 casos. De acordo com a legislação, existem dois tipos de crimes que prevêem situações como esta: o crime de estelionato, ou famoso “171”, que é infração penal contra o patrimônio que pode ser praticado por qualquer pessoa que tenha a intenção de enganar alguém para lhe tirar vantagem, como o golpe do bilhete premiado e o golpe do falso emprego, entre outros. “Milhares de pessoas caíram no golpe e eles já inventaram 2 novas plataformas com outras nomes cuidado”, alerta outra.