Possivelmente, dentro de algum tempo, o pescado servido aos soldados e marinheiros brasileiros pode sair da costa de Cabo Frio. Em julho, na capital, o município vai participar de uma degustação junto às Forças Armadas, que decidirão sobre a compra de produtos agrícolas para seus quarteis. O objetivo é incluir a cidade no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e fornecer alimentos da agricultura familiar cabofriense para órgãos federais.
A modalidade prevê a compra por meio de chamadas públicas, com recursos dos próprios órgãos, o que dispensa o processo de licitação. A superintendência municipal de Pesca e Aquicultura aposta no modelo para estimular os pequenos produtores e a pesca artesanal.
A primeira etapa do processo de escolha aconteceu anteontem, no Centro de Instrução Almirante Graça Aranha, no centro do Rio. Para a primeira avaliação, a comitiva cabofriense levou seis espécies de peixes, entre elas anchova e pargo. De acordo com o superintendente Alexandre Marques, além do aspecto do produto, foi avaliada inicialmente a capacidade do município de fornecê-lo em grandes quantidades. Ele gostou do que viu.
– A receptividade foi muito boa, porém como eles nunca tinham visto os nossos peixes, será feito um levantamento ainda nesse mês, quando vai acontecer uma degustação. Eles querem saber se podemos fornecer em quantidade, mas temos um gargalo, que é a sala de beneficiamento. Para esse ano acho que é difícil sair – comenta.
O superintendente se refere a um galpão para a descarga do pescado. O espaço permitirá a venda de toda a produção pela cooperativa de pescadores (Coopescaf) sem intermediários e atravessadores. A cessão do terreno, na Gamboa, foi aprovada na terça-feira pela Câmara dos Vereadores, mas a financiadora do projeto, a Petrobras, só deve começar as obras no começo de 2019.
– Entendemos que esta iniciativa auxiliará no fomento da nossa economia, gerando emprego e renda para as famílias, estimulando os processos de agregação de valor à produção – disse o presidente da Câmara, Aquiles Barreto (SD).
Até lá, a solução seria a construção de um galpão menor, apenas para atender ao PAA. Os recursos, da ordem de R$ 140 mil, viriam de verbas compensatórias de outro programa da estatal petrolífera, no caso, a instalação de tubulações na Rota Cabiúnas, para o campo de Libras.