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Peça que remonta ‘Ilíada’, de Homero, é para gosto de gregos e troianos

Grupo cabofriense revive poema épico

22 julho 2014 - 15h02Por Gabriel Tinoco | Fotos: Agência Dona Mariana
 Peça que remonta ‘Ilíada’, de Homero, é para gosto de gregos e troianos

Amor, poder e traição. A dramaturga cabofriense Silvana Lima escolheu esses ingredientes para adaptação do poema épico Ilíada, texto atribuído a Homero e escrito no Século VIII a.C. A história relata a Guerra de Tróia através do sequestro da rainha de Esparta Helena. E os artistas do grupo local Creche na Coxia serão os responsáveis por subir ao palco na mais nova roupagem de um dos maiores clássicos da literatura. A peça será apresentada neste fim de semana no Teatro Municipal de Cabo Frio, no bairro Algodoal. Os ingressos custam R$ 15 comprados antecipadamente com os próprios atores.

– A história tem uma sedução total. Mistura poder econômico, amor e traição. Esses são os ingredientes perfeitos para encher o prato de uma peça de teatro. Tentamos passar o poema do Homero de uma maneira menos pesada e mais lúdica. O Creche na Coxia conta com oito músicas tocadas ao vivo pelos próprios artistas. Ainda há um narrador que passa um olhar a mais para a peça. Esse narrador é onisciente. Ele tem emoções, opiniões e até ironiza em algumas vezes. Costumo dizer que é um expectador a mais no espetáculo – comenta, otimista, a diretora Silvana Lima.

As batalhas travadas entre gregos e troianos mostram a natureza violenta do ser humano. Mas também há espaço para o senso de humor na encenação. A mistura de sentimentos é constante nos ensaios do Creche na Coxia.

– Estou percebendo que continuo rindo num momento que não é para rir. A peça tem momentos bem engraçados e questões que podem ser levadas a sério. Mesmo escrita há milênios, a Ilíada continua com temas atuais. A Guerra de Tróia cai muito bem numa situação de instabilidade em vários territórios que

vemos hoje. Um exemplo são as batalhas que vêm sendo travadas na Faixa de Gaza. É um ótimo exemplo para mostrar como a obra de Homero segue irretocável até na atualidade – diz Silvana.

Os integrantes do elenco precisam estar bem preparados na hora de atuar. A linguagem corporal foi considerada prioridade durante os ensaios, que vem acontecendo desde fevereiro.

– O trabalho que fizemos com o corpo foi muito cansativo. Teve uma parte em que precisamos subir no andaime e perdemos o equilíbrio completamente. Foi engraçado ver os atores segurando uns nos outros para não cair. Porém, após trabalhar sem descanso para o fim de semana, todo o elenco se adaptou. Agora, os atores sobem no andaime sem problema e até se penduram de cabeça para baixo (risos) – afirma a atriz Débora Diniz.

A epopeia traz lendas com a missão de transformar o herói em divindade. E a Ilíada incorpora bem esse lado místico no encontro entre Afrodite e Páris. A deusa mitológica do amor promete a mulher mais linda do mundo ao príncipe troiano. A interpretação de seres divinos foi uma das dificuldades dos artistas.

– Interpretar um ser divino requer muito cuidado. Tenho que encenar um sentimento humano na forma em que um deus demonstraria. É isso que dificulta toda a cena. Não tenho noção, por exemplo, de como um deus ficaria zangado ou triste. Portanto, essa saída da realidade complica bastante na hora de atuar. Mas temos muito trabalho e podemos aprender como escapar da dificuldade – revela Débora Diniz.

 A peça estará em cartaz sexta (25), sábado (26) e domingo (27) no Teatro Municipal de Cabo

Frio e conta com elenco cabofriense da gema. Expectativa da produção é que o Teatro Municipal fique lotado

Sinopse: Em missão diplomática, o príncipe Páris visitou Esparta. O troiano conheceu a mulher do rei, Helena, e ficou encantado por aquela que era considerada a mulher mais bela da Grécia. A relação entre Páris e Helena deveria ser mantida em segredo. Portanto, ambos planejaram uma fuga da cidade. A decisão foi o estopim para a violenta Guerra de Tróia, decretada pelo rei Menelau. O poema narra o aparecimento de diversos deuses mitológicos e do quase imbatível guerreiro Aquilles.

A batalha entre Aquilles e Heitor encerra a história. Aquilles desfere uma espadada na garganta do oponente. O guerreiro termina o poema comovido com um pedido de Príamo, rei de Tróia e pai do adversário, para que o corpo possa ser levado para a cidade. Heitor é enterrado num funeral com homenagens.

 

 

 

 

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