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Passagem amarga com problemas

Charmoso bairro cabofriense sofre com ruas esburacadas e falta de iluminação

25 agosto 2016 - 09h26Por Texto e foto: Gabriel Tinoco
Passagem amarga com problemas

A Praça da Bandeira, na Passagem, em Cabo Frio, marca o encontro entre gerações: as crianças brincam na gangorra do parque, os adultos praticam diversos esportes e os mais velhos dançam nas serestas. O problema é que a variedade, ultimamente, se estende aos aborrecimentos no bairro. Os moradores reclamam de falta de iluminação e segurança. Eles se queixam, também, das ruas esburacadas e sem limpeza. O esgoto completa a chuva de críticas no lugar.

O secretário de Serviços Públicos, Jailton Nogueira, se comprometeu a ir ao local verificar a varrição. Já o titular de Obras, Paulo Castro, não respondeu a mensagem enviada pela redação. A Comsercaf, responsável pela iluminação pública, também deu nenhuma posição até o fechamento desta edição.

A Rua Travessa do Luar justifica o nome: cheia de crateras, como a lua. O professor Milson Moreira, 50, estava incomodado com os transtornos.

– A rua está bagunçada. Basta olhar. A rua está cheia de buracos. O esgoto também não funciona. Quando chove, fica tudo alagado. São dois palmos de água. Não dá nem para um carro passar. Não é uma rua, é uma lagoa – contesta.

Ao lado, a Rua do Céu só é iluminada mesmo pelo sol. A servidora Marise Moreira, 46, se sente insegura. 

– A Passagem está abandonada. Só arrumam a orla da praia para fazer aparência. O bairro está escuro, porque ninguém troca uma lâmpada dos postes. A escuridão dá brecha para violência – comenta.

A instrumentadora Fátima Ramos, 56, enumerou os problemas da Passagem. 

– O bairro está imundo, com lixo em tudo que é lugar. Também não há segurança, porque não vejo policial passar por aqui. Não há uma viatura circulando. A pavimentação está ruim. As árvores precisam ser podadas. E o pior é que pagamos caro. O meu IPTU é semelhante ao de um apartamento da Zona Sul do Rio. Mas esses problemas desvalorizam o lugar. Logo a Passagem, que é um bairro tão agradável e perto da praia – reclama. 

O aposentado Venâncio Fontella, 58, não encontrou policiais na hora em que mais precisava.

– Passei pelo mercadinho que tem aqui perto. Estou enxergando mal, mas, quando olhei para dentro da loja, não havia ninguém. Ficou assim por muito tempo. Pensei que fosse um sequestro. Rodei de bicicleta pelo bairro inteiro, mas não consegui achar um policial sequer. O maior problema daqui é a insegurança – relata. 

O autônomo Alex Martins, 34, lamenta o descuido do governo com um dos bairros mais visitados da cidade. 

– A Passagem está abandonada. As ruas estão esburacadas. Não há limpeza. Há lixo por todas as partes. A iluminação é precária. As árvores deixam folhas espalhadas e ninguém varre. Aliás, um funcionário normalmente varre pela manhã. Mas não é o suficiente. Além disso tudo, há o problema da falta de segurança. Os moradores estão com medo dos roubos que são feitos por aqui – critica o autônomo.

O comerciante Guilherme Oliveira, 27, abordou a ausência de opções de lazer. Ele quer a manutenção do parque para as crianças brincarem.

– O parque está todo quebrado. O parque está sem brinquedo e até a grama artificial foi arrancada. Os brinquedos quebrados oferecem riscos para as crianças se machucarem. É perigoso – finaliza.  

O parque estava sem balanços e gangorras. As cestas de basquete da quadra poliesportiva também estavam sem rede. Um varredor estava na Praça da Bandeira no momento da reportagem, mas o chão estava repleto de folhas.