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Costa do Sol

Parque Estadual da Costa do Sol completa cinco anos

Para chefe da unidade de conservação, queimadas e invasões ainda são desafios para as autoridades

13 abril 2016 - 10h38Por Rodrigo Branco
Parque Estadual da Costa do Sol completa cinco anos

CENA COMUM – Os guarda-parques da Costa do Sol têm bastante trabalho com os incêndios no matagal (Divulgação)

A administração do Parque Estadual Costa do Sol Anita Mureb elaborou uma extensa programação para comemorar os cinco anos da unidade de conservação ambiental, completados este mês. Estão previstas atividades esportivas, culturais e educacionais que terão início hoje no Núcleo Pau-Brasil Praia de Caravelas, em Baía Formosa, em Búzios (confira a programação no site).

Mas se a criação da unidade, que tem uma extensão de aproximadamente dez mil hectares ou um milhão de metros quadrados abrangendo seis municípios, é vista como um avanço na proteção do ecossistema local, de acordo com o chefe do parque, André Cavalcanti, ainda há pontos para melhorar, principalmente com relação às queimadas e invasões de terras. De acordo com André, embora um problema esteja muitas vezes vinculado ao outro, a maior preocupação são os incêndios.

– É o principal problema porque é onde se perde a maior biodiversidade. O segundo maior matagalsão as invasões. As queimadas acontecem por três motivos. Ou para se invadir um terreno, ou para usar a área como pastagem para cavalo ou por causa da chamada ‘cultura do fogo’, onde as pessoas em vez de reunirem o lixo no quintal, botam fogo – explica o chefe da unidade.

Por representar praticamente a metade da área de todo o parque, a região da Massambaba, que se estende de Arraial do Cabo a Saquarema, contornando a Lagoa de Araruama é vista como a região mais ‘problemática’. Por outro lado, a difícil situação financeira do estado, que se reflete na paralisação das atividades de diversos setores do funcionalismo público, não é considerada um obstáculo.

– A fotografia do momento não imprime a política pública que foi desenhada para os próximos anos. Temos um plano de emergência de Unidade de Conservação. Temos também monitoramento via satélite, que envolve uma central de monitoramento do Inea e boletins diários do serviço de guarda-parques sobre as áreas com o maior risco de incêndio ou maior incidência de chuvas. Fazemos um trabalho de prevenção – afirma André Cavalcanti, frisando que a equipe de guarda-parques dá apenas ‘o primeiro combate ao fogo’, cabendo aos Bombeiros controlá-lo.

Além dos desafios apontados por André, ambientalistas e ativistas ligados às causas cobram a implantação do Plano de Manejo e mais fiscalização no parque. O presidente da ONG Viva Lagoa, Arnaldo Vila Nova, cobrou aumento no efetivo e a regularização fundiária da área.

– Estamos preocupados com a falta de fiscalização, com a morosidade na sinalização e com a falta de equipamentos para o combate a incêndios. Os ambientalistas estão preocupados com as invasões e com a perda deste precioso espaço vital para a região que tem com o turismo a mola mestra da economia – alerta Vila Nova.

Agenda – No último sábado, o Núcleo Pau-Brasil Caravelas, em Baía Formosa, Búzios, foi palco do início das comemorações pelo aniversário do parque. Neste sábado, dia 16, é a vez do IFRJ de Arraial do Cabo, na Prainha, sediar a programação que vai contar com um minicurso de elaboração de projetos ambientais, uma mostra de ações e projetos e duas mesa-redondas. O evento vai durar das 8h às 20h. As inscrições podem ser feitas pelo endereço [email protected]. O ingresso é um livro novo ou usado, que pode ser entregue na sede do parque ou no dia do evento.

Confira abaixo a programação do evento: