O bloco mais tradicional da cidade, que carrega na bagagem 52 anos de história, abre os festejos do Carnaval 2017. Com o pré-ensaio marcado para às 21h de hoje, o Parókia pretende esquentar os tambores, ou melhor, os sopros, para mais um ano de folia. Sediado no coração da cidade, na Jorge Lóssio, o bloco é o único que ainda mantém a tradição de ensaios antes da festa de Momo. Para hoje, o presidente avisa:
– É na verdade um esquenta para os músicos e o público. Ainda estamos montando o calendário, pretendemos fazer alguns ensaios na rua e também no Clube Santa Helena – informou o maestro Jessé Menezes.
Jessé, além de presidente no mandato que vai até 2018, é também o filho de um dos fundadores do bloco. O pai dele, o também maestro Jessé, criou o bloco com músicos da banda Santa Helena, nos anos 60. O que não se esperava é que o bloco marcaria gerações e chegaria em 2017 como um dos mais queridos da cidade. Com tanta história para contar e relembrar, Jessé, o filho, luta para não deixar a tradição se perder no tempo.
– O Parókia é minha casa, onde aprendi muito na vida profissional. É o ponto de encontro de famílias, onde a gente vê os amigos antigos, onde todo mundo se encontra – declara o maestro Jessé Menezes.
Polêmica do desfile
Em janeiro, em uma reunião com a associação dos blocos e Secretaria de Cultura, foi acordado que os blocos este ano não desfilariam pela cidade. O famoso ‘esquenta mas não sai’ vai dar a tônica do carnaval de rua em Cabo Frio. Mas a medida gera polêmica e questionamentos. Jessé é um dos que pretende insistir para que o Parókia faça o desfile pelas ruas Jorge Lóssio e Rui Barbosa. Para ele, o bloco ficar só na concentração é pior para o trânsito na cidade.
– Queremos sair, o trajeto é curto, atrapalha mais ficar concentrado e com a rua fechada o dia todo. Na minha opinião a medida de proibir a saída dos blocos não ajuda em nada – dispara.
Já o Supervisor de Cultura, Carlos Ernesto Lopes, o Carlão, explica que não houve proibição. Ele disse que houve uma reunião com a associação dos blocos e os respectivos representantes, onde fizeram um ‘acordo de cavalheiros’ para que excepcionalmente neste ano os blocos ficassem somente na concentração.
– A cidade ainda está saindo do caos que se encontrava. O pedido do prefeito é para garantir a segurança dos foliões. Não temos condições para a saída dos blocos. Mas é só neste ano. Já na segunda semana de abril vamos nos reunir com as associações para planejarmos juntos o carnaval de 2018 – informou.