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Folha

Nos 20 anos de diário, mulheres fazem a diferença no jornal

Profissionais que passaram pela Folha relatam importância do veículo nas suas vidas

06 julho 2019 - 11h05Por Fernanda Carriço I Fotos: Reprodução/Arquivo Folha/ Arquivo Pessoal
Nos 20 anos de diário, mulheres fazem a diferença no jornal

Lançado em meio a um cenário onde mulheres começavam a ocupar espaço no mercado de trabalho ainda de forma tímida, o impresso diário teve como uma das marcas a presença maciça de mulheres na construção dessa história. Jornalistas, colunistas, administradoras, editoras. Eles estiveram em todos os setores e, mais que fazer  a diferença, fizeram o próprio jornal. Patrícia, Renata, Alexandra, Fabiane, Bruna, Roberta, Andrea e tantas outras profissionais que marcaram e foram marcadas pela passagem no jornal.

Uma delas é a jornalista Cristiane Zotich, que trabalhou na Folha por quase 10 anos, participou do período de transição do jornal. “Quando entrei ele era semanal. Depois virou bi-semanal como teste pro diário. Voltou a ser semanal e aí virou diário”, relembra. Zotich relata detalhes, inclusive, que mostram o quando a Folha foi precursora ao abrir espaço para mulheres.

- Teve uma época que éramos sete mulheres na redação, foi na mesma época que passou na Globo a minissérie "A Casa das 7 Mulheres", e aí esse virou o apelido da redação (risos) – conta.

Para se ter uma ideia do papel das mulheres no jornal e do jornal na vida delas, dados do Censo de 2010 do IBGE mostram que no início dos anos 2000, elas começavam  a ocupar de forma mais efetiva o mercado de trabalho e a Folha abriu as portas para essa tendência. Como pontua a jornalista Nicia Carvalho, que esteve na Folha entre agosto de 2013 e maio de 2016, o período que passou na empresa ajudou a empoderá-la.

- Sim, no sentido de que colaborou para que eu desenvolvesse algumas capacidades/habilidades profissionais e de relacionamento.

O mesmo pensamento é compartilhado pela também jornalista Keetherine Giovanessa.

- Que tempinho bom! A correria do jornal diário e o estresse eram vencidos por muitas risadas. Passamos por momentos bons, outros nem tanto. Mas, com certeza, tirei aprendizados desse período. Só tenho que agradecer o carinho da equipe. Tudo o que eu vivi naquela época contribuiu para a mulher que me tornei. Sou grata a todo o aprendizado e torço para que essa equipe prospere e que, no futuro, possa rir e olhar com saudade e ternura do tempo que está vivendo nesse importante jornal.

E o que não falta são as mulheres que têm  muitas histórias pra contar da Folha...

Renata Cristiane

Primeiro parabéns a Folha dos Lagos pelos 20 anos de diário, fico feliz, tomara que venham outros 20, 40, 60... Me sinto lisonjeada em fazer parte desse caderno que conta um pouco da história do jornal. Foi muito bacana o que passei na Folha, foi no ano de 2003 que passei por lá. O que mais me marcou é que era uma redação só de mulheres, inclusive Cabral na época escreveu um editorial que a Folha era um jornal muito macho, feito só por mulheres. Só tinha de homem um motorista e um designer. O resto era todo de mulher. Era uma mulherada amiga, bacana. O empoderamento era muito discutido entre a gente: éramos só mulheres, protagonizando o jornalismo na Região dos Lagos, no periódico impresso mais importante. Era muito legal. A Folha dos Lagos é uma excelente escola de jornalismo. E passado o tempo, eu acho que esse período me ajudou a me empoderar como mulher porque ali naquela redação só de mulheres, a gente viu que não precisava de homem pra dar conta do bom jornalismo, não precisava de homem pra poder tocar o jornalismo, dominar, pautar a opinião pública da região. Ali eu aprendi que era possível que uma mulher pode fazer isso sim, carreguei comigo e carrego até hoje esse espírito daquela equipe maravilhosa.

 Roberta Costa

Minha primeira experiência profissional foi na Folha dos Lagos. Entrei em janeiro de 2006 como repórter e em maio daquele mesmo ano recebi o desafio de ser editora. Ser escolhida pelo Moacir Cabral para comandar editorialmente o jornal dele e o principal da minha cidade me encheu de coragem e autoconfiança, embora assumir tamanha responsabilidade tão jovem e, praticamente, inexperiente tenha assustado no começo. Assustou e empoderou. Aprendi a liderar equipe, descobri que podia apresentar eventos, fiz grandes amizades. A Folha me moldou, construiu a jornalista que eu sou e tenho muito orgulho disto. Em 2011 saí para encarar novos desafios, retornei em março de 2013 como Diretora de Jornalismo e fiquei até maio de 2014, quando mudei de cidade. Sempre digo, eu saí da Folha, mas a Folha jamais saiu de mim, pois ela vai além da minha trajetória profissional, faz parte da minha história, da minha vida pessoal.

 Danielle Carvalho

Comecei  a escrever  minha história na Folha dos Lagos em 1998. Um ano antes de se tornar diário. Acompanhei todo esse processo e lembro como se fosse hoje a ansiedade, a adrenalina, o susto e a expectativa de toda equipe. Afinal, naquela época, com a tecnologia não tão avançada como hoje, era um desafio tremendo produzir um jornal todos os dias. E apesar de todo estresse – normal em uma redação – trabalhávamos felizes. 

E hoje já são 20 anos.  Me sinto afortunada ser parte dessa história que, para mim, chegou ao fim em 2006. Mas sempre com boas lembranças e com uma experiência incrível. A Folha foi minha Universidade. Tudo que sei  em termos do verdadeiro jornalismo é graças a oportunidade que me deram há 21 anos e até hoje, mesmo vivendo em outro país, tem surtido efeito na minha vida professional.

São muitos os momentos que marcaram minha “estadia” no jornal. Um deles, não  muito grato, quando fui ameaçada de morte por um traficante. Mas o medo não me impediu de seguir na editoria de Polícia, que era minha paixão, ao contrário, me deu mais motivação.

A Folha não só me deu a oportunidade de começar uma carreira, mas sim de crescimento em todos os sentidos.

Cristiane Zotich

Lembro de uma chacina, no Jardim Esperança, que eu cobri: sete pessoas de uma mesma família foram mortas: apenas 2 adultos (uma mulher grávida e o marido dela) e o resto só crianças, filhos do casal, um deles só com 2 anos. Minha filha tinha quase a mesma idade, na época, e quando vi o corpo do garotinho, não aguentei: comecei a chorar e passei mal. Terminei a apuração, e quando cheguei em casa queimei a roupa que eu usava naquele dia, e a partir daí nunca mais fiz matéria de polícia.

Keetherine Giovanessa

Passar pela Folha foi muito importante como profissional e, também, como pessoa. Conheci pessoas incríveis e que tenho contato até hoje. Como esquecer do Fausto? Ele foi um grande professor! Deve estar no andar de cima vibrando com tudo que plantou e as vidas que marcou aqui nessa terra. Outras pessoas marcaram muito a minha vida, como a Clarice Almeida, Danielle Carvalho, Cristiane Zotich, Aline Grillo... Que tempinho bom! A correria do jornal diário e o estresse, eram vencidos por muitas risadas. Passamos por momentos bons, outros nem tanto. Mas, com certeza, tirei aprendizados desse período. Só tenho que agradecer o carinho da equipe. Tudo o que eu vivi naquela época contribuiu para a mulher que me tornei. Sou grata a todo o aprendizado e torço para que essa equipe prospere e que, no futuro, possa rir e olhar com saudade e ternura do tempo que está vivendo nesse importante jornal.

 Nicia Carvalho

As reuniões de pauta para os cadernos especiais eram momentos que eu gostava muito. Gostava de fazer esses especiais. Toda a experiência no jornal foi importante. Mas o que eu achava mais bacana e não esqueço eram os momentos de descontração, seja da redação em si, quando todos zoavam uns aos outros, sejam das histórias de Cabral pai... Como aprendizado, ratificou a importância de uma apuração bem-feita; do trabalho em equipe; de como é difícil fazer jornalismo, especialmente no interior.

 Fabiane Azevedo

Comecei na Rádio Cabo Frio e na Folha dos Lagos. Início da década de 90 e foram meses importantes e de muito aprendizado. Tinha acabado de me formar e agradeço sempre a oportunidade de exercer o jornalismo em dois veículos de comunicação do interior do Estado do Rio logo no início da carreira. Trabalhar em equipe, cuidar da apuração, conhecer o dia a dia da nossa região,  informar, conhecer novas pessoas, as portas foram sendo abertas e sou grata por tudo!!

Aretuza Nogueira

Foi um prazer muito grande trabalhar na Folha dos Lagos como colunista social. O Cabral é uma pessoa incrível e sempre tratou a equipe com muita fidelidade. Eu me sentia lá uma verdadeira estrela, porque ele me tratava como uma grande estrela.

Fernanda Carriço

Como muitos sabem, meu primeiro emprego de jornalista foi na Folha. Na época, início dos anos 90, éramos eu, Cabral, Cleber e Marcia. Eu não sabia nada e tudo o que aprendi naquela redação da Teixeira e Souza, todos os esporros que tomei do Cabral, me ajudaram a me transformar na profissional que sou hoje. São tantas lembranças bacanas, histórias engraçadas, tristes....tudo o que vivi naquela Folha foi inesquecível. E mais de 20 anos depois voltar e estar aqui nesse momento me faz sentir uma enorme gratidão por ter a minha própria história profissional misturada com a da Folha, como todos os colegas que passaram por aqui.