O secretário municipal de Fazenda de Cabo Frio, Clésio Guimarães Faria, negou que pedirá exoneração do cargo, em declaração à Folha nesta quarta-feira (24). Os rumores aumentaram nos últimos dias, por causa da pressão feita pelos servidores municipais para receber os salários atrasados do mês de maio.
Clésio admite que o momento seja de pressão, por causa da acentuada queda na arrecadação municipal, mas descartou a chance de jogar a toalha.
– Não tem essa possibilidade [de sair], a não ser que queiram me exonerar. Todos sabem que sou transparente, direto e positivo. Divulgo toda a situação para que ninguém seja pego de surpresa. Não sou covarde para, no momento mais difícil, abandonar o barco. Confesso que, às vezes dá vontade [de sair]. São noites em claro, mal dormidas, mas eu tenho um compromisso com o município – declarou.
Desafios não faltam para o secretário nos próximos meses. Clésio estima que, apenas entre maio e julho, a queda na arrecadação municipal será de R$ 40 milhões, o que equivale a uma folha salarial e meia.
Apenas com relação à cota mensal dos royalties do petróleo, Cabo Frio acaba de receber apenas R$ 3,9 milhões, valor 42% menor que o de maio. Esse foi o menor repasse mensal desde agosto de 2002. Com isso, o secretário prevê ainda mais dificuldade para honrar os compromissos, como a folha salarial.
– A queda nos royalties só veio a acentuar as dificuldades que estamos vivendo – disse.
(*) Confira a cobertura completa na edição impressa desta quinta-feira (25).