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Mulher é esfaqueada por ex-marido no Jardim Caiçara, em Cabo Frio

Ela aguardava chegada de ônibus para ir ao trabalho, quando foi surpreendida pelo ex-companheiro 

27 novembro 2014 - 15h04Por Texto e foto: Rosana Rodrigues
 Mulher é esfaqueada por ex-marido no Jardim Caiçara, em Cabo Frio

Vitima de tentativa de homicídio na manhã desta quarta-feira (27), uma cabeleireira, de 37 anos, moradora do Bairro Jardim Caiçara, em Cabo Frio, escapou da morte após ter sido esfaqueada pelo ex-marido, o pedreiro Pedro Márcio Gomes Marinho, com  quem conviveu durante 17 anos. A cabeleireira foi socorrida por um guarda municipal e levada pelo motorista de um coletivo da Auto Viação Salineira para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), no Parque Burle. Os ferimentos alcançaram, sobretudo, as mãos da cabeleireira, na tentativa de  proteger o seu pescoço, primeira parte que o autor do atentado tentou acertar e que também sofreu ferimentos. Separada há menos dois meses, a cabeleireira, que também é estudante do Curso de Serviço Social da Universidade Veiga de Almeida, já havia, no início do mês passado, registrado uma ocorrência de ameaça contra o ex-marido na 126ª DP (Cabo Frio).

- Eu só quero viver em paz e com dignidade. Ele tem um ciúme obsessivo e eu não aguentava mais tanta opressão – desabafou a universitária.

A cabeleireira, que tem duas filhas menores com o pedreiro, que mora na Reserva do Peró, na casa onde residia com ele e duas filhas menores, aguardava no ponto a chegada de seu ônibus para seguir rumo ao trabalho, em Búzios. Ao chegar ao local, na Rua França, a vítima percebeu que o ex-marido, à bordo de uma bicicleta, estava observando-a após sair de um quarto, onde teve que alugar para ficar mais próxima da universidade.

- Tive que deixar minhas filhas com a minha mãe a fim de protegê-las e também porque moro num local muito pequeno. Mas fui ate a delegacia para registrar a ameaça feita por ele para que eu não fosse acusada de ter abandonado o lar – ressaltou.

 O pedreiro quis impedir a cabeleireira de embarcar no ônibus e ao mesmo tempo teria sido protegida pelo guarda municipal, a quem o ex-marido acusou de ser amante da universitária:

- Ao ver que ele estava me perseguindo, pedi ajuda ao guarda municipal, que ainda tentou amenizar a situação com o meu ex-marido, pois estava muito nervoso. Percebi que ele tinha alguma coisa na bermuda, achei que ele fosse partir para cima do guarda. Quando o ônibus chegou e atravessamos a rua para embarcar, ele me jogou no chão, puxou minha bolsa, e tentou atingir o meu pescoço – disse, acrescentando que seus pertences, inclusive o celular, foram levados por ele.

No dia 9 de outubro, a vitima registrou ocorrência por ameaça.  O agressor foi convocado para ir ate a delegacia, onde prestou esclarecimentos. Em menos de um mês, no dia 28 de outubro, a delegada Cláudia Faissal, titular da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) enviou para a Justiça o inquérito policial, que solicitava medida protetiva para a cabeleireira. Segundo a vítima, em visita à Comarca de Cabo Frio, o pedido teria sido negado pela juíza.

- A justificativa alegada era que oi negada pela juíza, que justificou que só havia perseguição e ameaça e por isso não havia necessidade de conceder medida protetiva - informou a cabeleireira.

A delegada observou que a celeridade no inquérito policial é fundamental nesta situação com o objetivo de acionar o mais rapidamente possível o autor da violência. Neste novo registro, o de tentativa de homicídio, a equipe da DEAM seguiu imediatamente em diligência  para prender o autor do crime  em flagrante.

- Se não obtivemos êxito, irei fazer uma representação junto à Justiça a fim de obter um mandado de prisão preventiva.  Este episódio é um caso clássico com características de violência de gênero, quando o homem tem o pensamento de que a mulher é a sua propriedade e tem a convicção de que se ela não pode continuar sendo sua esposa, também não será de mais ninguém – observou a delegada.