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DANO AMBIENTAL

Moradores do Peró reclamam de excesso nas podas de árvores

Cobrança é por maior fiscalização da Secretaria de Meio Ambiente de Cabo Frio

13 outubro 2020 - 17h33Por Redação

 Moradores do Peró, em Cabo Frio, estão pedindo à Prefeitura que fiscalize a execução de podas de árvores autorizadas pela Secretaria municipal de Meio Ambiente e que faça o mesmo em podas não autorizadas. Em várias ruas do bairro, árvores foram condenadas à morte em consequência de podas excessivas, algumas autorizadas pelo poder público. Por outro lado, as espécies plantadas pela Secretaria do Meio Ambiente nos canteiros da orla do Peró não sobreviveram, deixando o calçadão apenas com os poucos coqueiros plantados há anos.

Na Avenida dos Pescadores e na Rua do Moinho, entre outras, os troncos de árvores chamam a atenção. Os moradores reclamam que há anos pedem programas de arborização, mas não são atendidos pela Prefeitura. Eventuais plantios, sem orientação técnica, são feitos por condomínios, moradores e comerciantes. Para podar ou suprimir uma árvore, é necessária autorização da Secretaria do Meio Ambiente. No Pontal do Peró, o reflorestamento de áreas degradadas (muitas invadidas pelo capim colonião) está sendo feito por moradores e ambientalistas, com mudas doadas pelo Horto Municipal.

Com profundo conhecimento em arborização urbana, o engenheiro florestal Nestor Prado Júnior, que já atuou na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e no Inea, analisou três fotografias de árvores podadas no Peró. Não gostou do que viu:

– Realmente foi uma poda radical. Isso compromete a atividade fotossintética (as raízes das plantas absorvem água e sais minerais e as folhas absorvem luz do sol e gás carbônico, um gás presente no ar. Todos esses componentes são então combinados e geram a glicose, o alimento das plantas) e consequentemente a regeneração das mesmas. Estes cortes também favorecem a ação de fungos, podendo acarretar o apodrecimento do tronco – advertiu Nestor, atual Secretário de Meio Ambiente de Rio das Ostras.

Em recente reunião com o chefe do Parque Estadual da Costa do Sol, Ranieri Ribeiro, moradores e ambientalistas o alertaram sobre a invasão de plantas exóticas, especialmente leucenas e piteiras (agaves americanas) em áreas do parque e fora dele, neste caso sob controle da prefeitura. Estas espécies, de expansão acelerada, comprometem a vegetação nativa. Há dois anos, voluntários promoveram a supressão de piteiras no Morro do Vigia, mas o trabalho não impediu que elas proliferassem rapidamente no local.

O secretário municipal de Meio Ambiente, Mario Flavio Moreira, disse que a população deve entrar em contato caso flagre alguma situação irregular, como no caso das podas em excesso nas árvores. Mario Flavio informou que o e-mail para denúncias é [email protected].

– Isso tem acontecido em diversos locais. A gente trabalha com denúncias. A gente não tem olhos e pernas para a cidade inteira. É importante que as pessoas denunciem, mandem foto dessas podas mal feitas e irregulares; porque vamos acionar imediatamente a fiscalização para ir ao local e as pessoas vão sofrer as sanções administrativas cabíveis – disse o secretário.

Sobre as espécies exóticas, Mario Flavio observa que se trata de responsabilidade do Inea. 

– Esse é um trabalho junto ao Inea porque é uma área de parque. Então o Inea tem o trabalho de remoção de invasores que é feito. A gente não pode simplesmente chegar lá e tirar. Tem que fazer um estudo primeiro; saber as espécies que tem; fazer o inventário florístico para saber a situação qual é. Isso está no plano de manejo do Parque da Costa do Sol – afirma.