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PROTESTO EM PLENÁRIO

Moradores do Manoel Corrêa cobram maior atuação de vereadores no bairro

Grupo vai à sessão da Câmara para pedir investimentos em Saúde, Educação e lazer

21 novembro 2019 - 20h27Por Rodrigo Branco

 “O Manoel Corrêa quer paz”. O grito sufocado e solitário de uma moradora saiu em meio a um raro momento de silêncio no plenário da Câmara Municipal de Cabo Frio, na noite desta quinta-feira (21). Um grupo esteve na sessão legislativa para cobrar maior atenção das autoridades, depois do último fim de semana de violência na comunidade, que teve duas crianças, uma de três e outra de cinco anos, baleadas.

A principal reivindicação, é por maior investimento na área social, sobretudo em Educação e Saúde. A escassez e a precariedade de opções de lazer também foram lembradas em um cartaz. O objetivo do protesto, que foi pacífico, é que as queixas cheguem até os ouvidos do prefeito Adriano Moreno (DEM). Representantes do grupo foram recebidos pelos vereadores após a sessão. Uma visita dos parlamentares ao bairro deve ser marcada na semana que vem.

Além dos problemas, os moradores reclamam do abandono. Segundo dizem, nenhum dos vereadores foi até o bairro para prestar solidariedade ou acenar com ajuda. O presidente da associação de moradores do Manoel Corrêa, o pastor Marco Leal acusa tanto o Legislativo como o Executivo municipal de omissão.

– Estão se omitindo. Conversei com um dos vereadores e disse que já chega, que acabou o tempo, a gente está sempre cobrando e nenhum vereador se manifesta. Está na hora da gente cobrar do próprio governo porque, para ter ação da Polícia Militar e da Polícia Civil precisa também de um trabalho social dentro do bairro – afirmou o líder comunitário.

Entre os manifestantes, muitas mulheres. Mães com seus filhos. Alguns da mesma idade dos pequenos feridos em uma guerra, para muitos, sem sentido. O produtor cultural Jurandir Brandão, o Jubiabá, do grupo Tambores Urbanos, afirma que o poder público esquece o local depois das eleições.

 – Eu quero deixar uma pergunta para os vereadores: por que só na hora do voto, nós não somos favela? Na hora da eleição, a gente é amado. E sempre existiu o tráfico. Agora a gente não existe? Não temos uma praça em condições, a que tem fomos nós que pintamos. A gente quer assistência e respeito – desabafou o artista. 

A reportagem apurou que um dos menores atingidos continua internado em Cabo Frio, enquanto o outro já teve alta do Hospital Estadual Roberto Chabo, em Araruama. Moradores acusam a Polícia Militar pelos disparos, o que foi negado pelo comando do 25º Batalhão. A Comissão de Direitos Humanos da Alerj vai pedir explicações da PM sobre as acusações de truculência feitas por moradores em ações no bairro. 

Também nesta quinta (21), um grupo de moradores no Morubá, no Braga, fez um protesto contra as ações da PM na comunidade. Os manifestantes interromperam o tráfego na Rua dos Cravos com uma barricada de fogo.