NICIA CARVALHO
A qualquer momento a menina Lara Vitória dos Santos Figueira, hoje com um ano e três meses, pode ter alta do Hospital Municipal da Criança, em Cabo Frio, onde está internada desde o dia dois deste mês. Mas para receber alta, ela precisa de um ambiente o mais estéril possível devido à traqueostomia que a auxilia a respirar e à gastronomia, sonda pela qual recebe os alimentos.
A criança foi diagnosticada no Hospital Regional de Araruama, onde ficou até o início desse mês, com encefalopatia, uma alteração patológica provocada depois que o cérebro ficou sem oxigenação, quando a menina caiu em uma cisterna, em abril deste ano, em São Pedro da Aldeia. A tia de Lara, Fernanda Rosa dos Santos, 32, e o marido, que é pedreiro, moram no Jardim Esperança com os dois filhos, estão construindo uma casa para a família em São Jacinto. Porém, com a urgência de um ambiente adequado para Lara, os recursos são poucos para terminar em pouco tempo.
– Precisamos de apoio, de alguma ajuda para terminamos ao menos um quarto em que ela possa ficar. Começamos a obra, mas o estado de saúde dela inspira cuidados e não temos condições sozinhos de terminar – apelou. Ela contou que a sobrinha recebeu doações, como fraldas e latas de leite, de funcionários do Hospital da Criança e de amigos.
Fernanda explicou ainda que ganhou a guarda da menina por ocasião do acidente. O motivo foi porque a mãe de Lara, que é sua irmã, “é envolvida com drogas e sumiu no mundo”. Ao conduzirem o pai da criança a delegacia, policiais civis verificaram que havia dois mandados de prisão em aberto contra ele.
Na época, a mãe de Lara informou à Polícia Civil que deixou o bebê sob os cuidados do pai que, supostamente, estaria embriagado. A ocorrência foi registrada como lesão corporal culposa. Devido aos cuidados constantes que a criança precisará, Fernanda contou que terá que deixar o emprego como auxiliar de classe em uma escola pública do município.