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Medalha de lata em sustentabilidade em Arraial

Estudiosos se preocupam com lixo despejado em competições ao ar livre

12 abril 2017 - 09h29Por Rodrigo Branco | Foto: Rafael Guimarães Botelho
Medalha de lata em sustentabilidade em Arraial

O despejo de resíduos sólidos durante competições esportivas, sobretudo plásticos em áreas de preservação ambiental,tem sido fonte de preocupação de um grupo de estudiosos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ) de Arraial do Cabo, que monitora a situação.  A prática de descarte irregular põe em xeque o equilíbrio dos ecossistemas costeiros. O professor Rafael Guimarães Botelho, que coordena os estudos, critica a falta de providências dos organizadores quanto ao descarte dos materiais durante as provas. 
Como exemplo, o especialista citou a corrida World Trail Run (WTR), disputada em Arraial em junho do ano passado. Na ocasião, Botelho registrou dezenas de copos plásticos jogados na beira do mar da Prainha. Com o aumento da maré, o lixo foi levado para a água, levando risco para as espécies marinhas. Muitas tartarugas, por exemplo, confundem o plástico com alimento e acabam morrendo.
– São três relações que a literatura científica enumera entre esporte e ambiente. A primeira é positiva, em que o esporte é protetor da natureza, caso dos surfistas que limpam a área onde ficam. Tem ainda o esporte como agressor e o meio ambiente incidindo sobre a prática esportiva, caso do calor e da chuva. A relação deixa de ser harmoniosa por causa dos efeitos antrópicos, ou seja, motivados pelo homem.
O professor ressalta ainda que neste tipo de ambiente deve-se tomar todos os cuidados possíveis, inclusive evitar levar e, muito menos, descartar lixo, principalmente, plásticos. 
Além de séria, a questão compromete as atuais e futuras gerações. O plástico, por exemplo, decompõe-se entre 400 e 500 anos.
– Estudos recentes mostraram que estas substâncias interferem no sistema endócrino, podendo causar alterações hormonais e acarretar doenças como endometriose, câncer de mama e uterino nas mulheres, além de câncer de próstata e redução da libido (desejo sexual) e do número de espermatozoides nos homens – adverte Luciana Soares da Silva, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

* Confira matéria completa na edição desta quarta (12) da Folha dos Lagos.