Fosse Carlos Drummond de Andrade poeta da região, assim como Victorino Carriço, os versos mudariam: não haveria uma pedra no caminho, e sim algumas dezenas de crateras. O péssimo estado de conservação das vias em Cabo Frio e nas estradas intermunicipais que ligam a cidade a São Pedro da Aldeia e Arraial do Cabo causa prejuízos diários aos motoristas e representa um enorme risco de acidentes.
O exemplo mais radical é a fenda que se abriu na ponte que liga a Avenida América Central, em Cabo Frio, à RJ-140, que leva a São Pedro. O buraco, que parece ser um desencaixe entre os módulos da ponte, está tirando o sono dos motoristas. Na noite de terça, cinco veículos recorreram ao acostamento em menos de uma hora – todos com pneus furados.
Em outra via, a que liga o município a Arraial do Cabo, a situação é ainda mais caótica.
– Aquela estrada tem tanto buraco que parece uma pista de rally. Para piorar, a iluminação à noite é quase inexistente. Já tive que gastar dinheiro comprando pneu e com balanceamento não sei quantas vezes – queixa-se o administrador Thiago Carvalho.
Como as duas estradas são intermunicipais, são de responsabilidade do Departamento de Estradas e Rodagem (DER), subordinado ao Governo do Estado. Logo, a Prefeitura de Cabo Frio não pode intervir. O secretário municipal de Obras, Paulo Castro, no entanto, afirmou à Folha que irá analisar a situação e informar ao DER.
Mas a Prefeitura de Cabo Frio também tem o próprio trabalho a ser feito. Muitas ruas na cidade estão cheias de buracos. Caso, por exemplo, da Rua Joaquim Carvalho Santana. No lugar, uma cratera enorme, sinalizada pelos moradores com uma madeira. Pouco mais adiante, outro buraco.
Situação ruim também nas ruas dos Jardim Caiçara e São Francisco. A Rua Nossa Senhora Aparecida apresenta depressões no meio da rua de paralelos.
E se há problemas na área central, quem dirá na periferia.
– As ruas da Vila do Ar são uma vergonha. Não são nem calçadas, e as que são estão esburacadas. Monte Alegre, Jacaré, Parque Eldorado, é tudo a mesma coisa. O ônibus quando passa o passageiro chega a pular – ironiza o aposentado Silvino da Costa.