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'FUTURO EM DEBATE'

Mais do que sol e mar: Turismo de Cabo Frio quer crescimento nos próximos anos

Confira a segunda reportagem da série que mostra demanda dos segmentos na cidade

28 setembro 2020 - 20h44Por Julian Viana e Rodrigo Branco
Mais do que sol e mar: Turismo de Cabo Frio quer crescimento nos próximos anos

Falar das belezas naturais de Cabo Frio e da atração que elas exercem sobre moradores e visitantes virou clichê. Elas são cantadas em verso e prosa nas estrofes do hino da cidade, inclusive. Entretanto, somente sombra e água fresca, por si só, não garantem a condição de rota economicamente sustentável no estado do Rio e no Brasil.

Com uma história de mais de 400 anos, que lhe vale a condição de sétima cidade mais antiga do Brasil, Cabo Frio busca se afirmar como destino turístico que tem a oferecer muito mais do que apenas sol, mar e pé na areia. 

Para discutir o Turismo almejado para os próximos anos, é que a Folha ouviu representantes do segmento para a segunda reportagem da série ‘Futuro em Debate’, que  os anseios e necessidades do município em meio à campanha eleitoral.

 Presidente da Associação de Hotéis de Cabo Frio e membro do Conselho Municipal de Turismo, Carlos Cunha acredita que as políticas públicas mais urgentes na área do Turismo se baseiam no ordenamento da cidade e na capacitação da mão de obra. 

– Precisamos criar emprego e renda para a nossa população. Temos um local lindo, porém que ainda é mal aproveitado turisticamente. Precisamos de uma gestão profissional e técnica voltada ao Turismo, levando em consideração que este é o futuro de nossa economia – conta o presidente.

Cunha acredita na profissionalização como forma de rentabilizar o setor. O hoteleiro vislumbra para os próximos quatro anos; a criação de um centro de eventos; a melhoria na sinalização turística; a manutenção dos pontos turísticos; o ordenamento, a fiscalização e o combate aos que atuam na ilegalidade. 

– O turista que realmente traz recursos precisa de um destino organizado, sustentável e com um atendimento de primeira – ressalta Cunha, acrescentando que as principais demandas para o segmento são a organização e ordenamento, fiscalização, calendário de eventos, sinalização e recapeamento das ruas.

Para o conselheiro da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado do Rio de Janeiro (ABIH) Renato Marcos Marins, a política pública mais urgente a ser feita é preciso dotar o município com estrutura. Nas suas palavras, “o turismo só é realizado através de atendimentos de saúde, sinalizações no trânsito e com uma boa segurança”.

Renato observa que é necessária fiscalização no trânsito, uma vez que as ruas estão cheias de buracos; as vagas dos deficientes e idosos não são respeitadas e muitos veículos transitam com os canos de descarga abertos, o que causa incômodo para quem vem à cidade para relaxar. O empresário acredita que esse tipo de comportamento afasta o turista porque é necessário que o município funcione com mais ordem e respeito.

 – É importante que a cidade funcione de maneira mais organizada para que o turista tenha uma boa impressão. Quando você melhora as condições para o turista, os moradores também são beneficiados – conta. 

Para os próximos quatro anos, Renato cobra melhor divulgação da cidade durante a baixa temporada e a criação de um calendário de eventos, com o intuito de divulgar a gastronomia e os turismos de aventura, religioso, cultural e histórico. A implantação de ciclovias também faz parte da lista de reivindicações do empresário. 

A formação de profissionais mais qualificados; o incentivo ao pequeno empresário; com diminuição da burocracia e redução de impostos; e a melhoria na parte de segurança fecham a lista de pedidos do hoteleiro.
A presidenta do Convention Visitor Bureau de Cabo Frio, Maria Inés Oliveros, reforça o coro por ordenamento; estruturação dos pontos turísticos e uma melhor preparação para receber os turistas. 

– Por conta da pandemia, muitas pessoas tiveram que ficar isoladas em casa. Agora, com as flexibilizações, muitos estão buscando um momento de lazer aqui na Região do Costa do Sol. Precisamos ficar bem estruturados para receber bem esses turistas – enfatiza a presidente. 

Maria também conta que é preciso tirar do papel com urgência o modelo de gestão público- privada para melhor desenvolver a gestão turística municipal. 

– Esta unificação é relevante porque a gestão pública tem o papel de cuidar de toda a parte política e estrutural da cidade e a gestão privada é a responsável por receber os clientes, vender os produtos e por saber exatamente quais são as necessidades dos clientes que frequentam a nossa cidade. Esta unificação é essencial para uma gestão mais assertiva – comenta Maria Inés, acrescentando que as principais demandas do segmento são planejamento; segurança e promoção turística.