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Mais de 200 pescadores vão ficar sem 'bolsa defeso'

Problema teria sido gerado por alterações nos ministérios do Governo Federal

01 agosto 2017 - 09h51Por Gabriel Tinoco
Mais de 200 pescadores vão ficar sem 'bolsa defeso'

O Defeso da Lagoa de Araruama, que começa hoje e se estenderá por três meses, já evidencia um problema em seu primeiro dia: mais de 200 pescadores em Cabo Frio não receberão o bolsa defeso pela não emissão de carteiras da Colônia dos Pescadores da cidade (Z-4). O transtorno teria sido gerado por alterações nos ministérios do Governo Federal. Ao todo, 158 cadastrados vão dar entrada para garantir, ao menos, um salário mínimo durante o período.
– Desde 2012, os pescadores estão esperando as carteiras ou as certidões provisórias. Para poder receber, a Pesca saiu do Ministério da Agricultura e foi ao Ministério da Índustria e Comércio. Não sabemos ainda como o setor vai trabalhar – explica o superintendente de Pesca Alexandre Marques.
De acordo com o superintendente, o risco do desrespeito ao defeso existe.
– Peço que os pescadores respeitem o Defeso. Sei que esse é um dos riscos – diz.
As secretarias de Meio Ambiente de toda região terão ações conjuntas com a Unidade de Polícia Ambiental (Upam). Cada município será responsável pela sua área. As ações serão combinadas entre os policiais e as pastas.
– Vamos marcar operações para coibir a demanda no periodo do defeso. Vamos dar continuidade a todas as funções, com o foco voltado para essas pescas irregulares – afirma Eduardo Pereira, chefe da Divisão Administrativa da Upam.
O lançamento do defeso acontecerá hoje, às 10h, em Iguaba, ao lado do posto do Batalhão de Policiamento Rodoviário (BPRv). O evento comunicará o defeso e dará orientações aos pescadores.
Importância ambiental - O coordenador de Meio Ambiente de Cabo Frio, Eduardo Pimenta, vê grande importância da proibição para a região.
– É de extrema relevância a manutenção dos estoques de peixes e de camarões. É o que garante a empregabilidade do setor pesqueiro extrativista da lagoa, que movimenta bem a economia da cidade. Além de ofertar peixe, movimenta fábrica de gelo, rede, construção naval, óleo diesel.... A ideia é manter a captura em nível de recuperação. Você pode retirar, mas não comprometer gerações futuras. Os peixes contribuem para o equilibrio ambiental da lagoa – afirma Eduardo.

Foto: Jeferson Vianna