NICIA CARVALHO
“Foi meu cachorro que morreu, e que era muito amando, mas poderia ser uma criança ou até mesmo um idoso que não pudesse ter condições de correr das abelhas. Faço apelo às autoridades. Não é responsabilidade dos bombeiros, é do apicultor, mas alguém tem que resolver porque o calor vai aumentar e elas podem atacar novamente”.
O relato de Maria Angélica Borges de Almeida, de 39, anos, ainda é de medo e de dor, depois que ela e a família foram atacadas, no início desta semana, no Parque Burle, por um enxame de abelhas. Todos foram atendidos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro e medicados com injeção, dipirona e corticóides. No entanto, o inchaço e a dor nos locais onde as abelhas picaram continuam e a vermelhidão também.
– Foi terrível correr, tentar se livrar e elas em cima. Só minha filha de 14 anos escapou porque meu filho mais velho a trancou dentro de casa – relembrou.
Além dela, dos dois filhos e do ex-marido, outras duas pessoas foram picadas pelas abelhas. O ataque teria começado no cachorro do vizinho, e ao acudí-lo, os insetos partiram para cima do dono, que correu para a rua. As pessoas próximas também foram atingidas, quando o dono do animal entrou na loja de Maria Angélica para avisar do ataque.
De acordo com tenente-coronel Leonardo Couri, comandante do 18º Grupamento de Bombeiros Militar (GBM), não há relação deste ataque com o ocorrido há cerca de seis meses em Arraial do Cabo. Ele explicou ainda que a retirada da colmeia deve ser feita por um apicultor e que, em dois anos de atuação na Região dos Lagos, este é o primeiro chamado que recebe sobre abelhas.
Segundo o biólogo Eduardo Pimenta, a antecipação da floração da primavera e o aumento de alimentos disponíveis pode ter acarretado uma divisão de enxame e a aproximação de uma pessoa, ainda que para observação, pode ter levado ao ataque.
– Quando ferroam, as abelhas soltam o feromônio, que atrai as demais e o ataque se estabelece – explicou o biólogo.