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Laudo sobre esgoto despejado na Lagoa de Araruama sai em 15 dias

Instituto Estadual do Ambiente vai verificar a qualidade da água

07 maio 2015 - 08h00
Laudo sobre esgoto despejado na Lagoa de Araruama sai em 15 dias

Os problemas envolvendo a rede de tratamento de esgoto de Arraial do Cabo não têm cheirado nada bem. Muito mais que um trocadilho ou figura de linguagem, os recentes episódios de despejo de dejetos in natura, tanto na Lagoa de Araruama como na Praia dos Anjos, têm sido motivo da preocupação dos ambientalistas, moradores e das autoridades. Nesse último caso, do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), que, anteontem, enviou uma equipe de técnicos para fazer a coleta de uma amostra da água que desemboca no antigo canal da Companhia Nacional de Álcalis, fechada em 2006. 

De acordo com a superintendente regional do Inea, Márcia Simões, o resultado dos testes sairá em até 15 dias. Autos de constatação e de infração já foram emitidos contra a Empresa de Saneamento de Arraial do Cabo (Esac), responsável pelo esgotamento sanitário na cidade, diferentemente das suas vizinhas onde o serviço é realizado pelas concessionárias Prolagos ou Águas de Juturnaíba. Dependendo do laudo e da extensão dos danos ambientais, uma pesada multa poderá ser aplicada. A Esac, contudo, poderá recorrer.

– Temos recebido várias denúncias sobre essa situação. Do Comitê de Bacias, do Consórcio Lagos São João, da Alerj e da população em geral. O que estamos tentando verificar é se a está jogando esgoto por essa via. Arraial do Cabo está sempre em voga, pois tem uma das maiores extensões de margens da lagoa. A análise de biólogos dá conta de que esse despejo traz problemas para a sua salinidade. Não é só o esgoto, é a preservação – preocupa-se a especialista, que também questiona se há um controle periódico da qualidade da água assim como é feito pelas concessionárias.

Mas o que para alguns é um problema, para outros é motivo de orgulho. De acordo com o presidente da Esac, César Barreto, Arraial foi a ‘primeira cidade a tratar o esgoto’ [“Cabo Frio, São Pedro e Búzios não tratam”, diz]. Mesmo reconhecendo os problemas como a falta de investimentos em novos equipamentos e o fato do sistema ser secundário e não terciário, que trata e reutiliza a água, César enaltece o esforço e o trabalho realizado pela empresa e diz que o fim das atividades da Álcalis propiciou o aparecimento de algas no canal.

– Antigamente o canal da Álcalis era drenado todos os dias. A água era tão boa que a Álcalis a usava industrialmente. Mesmo com o fechamento da empresa, essa água continuou sendo jogada e água represada produz algas. Toda cidade joga suas águas pluviais nos rios e lagos e às vezes parte do esgoto é liberado com a água. Em Arraial, como o índice pluviométrico é baixo, há necessidade de extravasar quando chove mais e no caso da Praia dos Anjos o que aconteceu é que a maré alta tirou o tamponamento de areia na saída do canal [que passa sob a Avenida da Liberdade] – justificou, salientando que o Governo do Estado paralisou as obras que fazia para a separação das galerias de águas pluviais da rede de esgoto. 

Leia a reportagem completa na edição impressa da Folha dos Lagos desta quinta-feira.