Único banco de olhos do Rio de Janeiro, o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into), vinculado ao Ministério da Saúde, lançou esta semana nova campanha para difundir ainda mais a doação de córneas no estado.
Com o slogan Veja um Mundo de Solidariedade – Doe Córnea, a nova divulgação do Into objetiva conscientizar a população sobre a importância de comunicar a vontade de doar à família. No primeiro semestre do ano, o Into forneceu material para 30,5% dos transplantes de córneas realizados no estado. A proposta da campanha, que ocorre no Dia Nacional de Doação, é ampliar esse percentual até o fim do ano.
Chefe do Banco de Multitecidos do Into, Rafael Prinz admitiu que é preciso melhorar a situação e zerar a fila existente hoje no Rio. “Temos uma fila para transplantes de córneas de 1,4 mil pacientes, que é a segunda maior do país. Em relação a córneas, diferentemente das doações de órgãos em geral, há potencial para zerar essa fila de transplantes, mas é preciso mais doações”, alertou.
O Banco de Olhos do Into fornece material para 17 instituições de saúde que realizam transplantes no estado – 90% delas localizadas na capital. O outro banco de olhos do estado está localizado em Volta Redonda. Segundo informações do Into, no primeiro semestre deste ano ocorreram 177 transplantes de córneas no estado, conforme dados do Ministério da Saúde. “É um aumento de 31% em relação ao mesmo período do ano passado, quando ocorreram 135” disse Prinz.
A nova campanha pela doação de córneas já começou a ser difundida com cartazes e folders entre as dez mil pessoas que circulam todos os dias pelo Into, entre pacientes, acompanhantes, visitantes, fornecedores e corpo funcional. O material é disponibilizado às demais instituições de saúde.
Os dados do Instituto indicam que, no ano passado, foram 301 transplantes de córneas no estado do Rio de Janeiro. Atualmente, São Paulo é o estado com a maior fila para córneas, mas em 2014 realizou 4.661 transplantes. No país inteiro, ocorreram 13.456 transplantes de córneas.
Pesquisa coordenada em 2014 por Rafael Prinz reforçou a necessidade de maior conscientização da população sobre o tema. Foram ouvidas 998 pessoas (756 pessoas entre a população, 113 profissionais de saúde de hospitais da região metropolitana do Rio e 129 estudantes de medicina da Universidade Estácio de Sá).
A maioria dos entrevistados disse desconhecer quem precisa de um transplante de córneas e também a existência do Banco de Olhos do Into na cidade do Rio de Janeiro.