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EM BUSCA DA VALORIZAÇÃO

Intérpretes e tradutores de língua de sinais aguardam profissão regulamentada em Cabo Frio

Procura por profissionais aumenta no período eleitoral, mas nem todos têm qualificação adequada

28 setembro 2020 - 19h35Por Rodrigo Branco

O público mais atento já percebeu que, a todo pronunciamento de alguma autoridade ou candidato a cargo público na TV, em um pequeno quadrado no canto da tela, uma pessoa gesticula e transforma o discurso falado em mensagem para quem não tem condições de ouvi-la. Desde 2015, o Estatuto da Pessoa com Deficiência obriga o uso da Língua Brasileira de Sinais nessas ocasiões, mas apesar de haver uma lei federal de 2010, que regulamenta a profissão de intérprete e tradutor de Libras, isso não ocorre em muitos municípios.

Em Cabo Frio, esta realidade está próxima de mudar. Um projeto de lei do vereador Luis Geraldo (Republicanos) tramita na Câmara Municipal desde a última terça-feira (22) e está, no momento, na Comissão de Constituição e Justiça, que tem 15 dias para dar um parecer. O momento é propício para a causa, uma vez que na última quarta (23), foi celebrado o Dia Internacional da Língua de Sinais e, no sábado (26), o Dia Nacional do Surdo. Nesta quarta (30), o dia é dedicado aos tradutores de línguas orais e de sinais.

Porém, mais do que uma questão meramente de calendário, a preocupação é com a valorização dos profissionais, sobretudo, no período eleitoral, em que os tradutores e intérpretes são requisitados para obedecer à legislação. Este ano, o período de propaganda na TV começa no próximo dia 9 de outubro.

Intérprete de Libras da Câmara Municipal e apresentadora do programa ‘Eficiente’, da Jovem TV, Luciana Huguenin Dias espera urgência na aprovação da lei em Cabo Frio, assim como já ocorreu em São Pedro da Aldeia e em Iguaba Grande. A Associação de Tradutores e Intépretes de Libras da Região dos Lagos participa da iniciativa. A tradutora ressalta a necessidade de haver a formação adequada dos profissionais.

– Como todo profissional, assim como a lei que o regulamenta, é necessário que se tenha formação. Devido a essa dificuldade e também por falta de conhecimento, eles acabam colocando qualquer pessoa para fazer a interpretação de Libras, com relação às demandas eleitorais, somente para cumprir uma legislação, sem pensar na qualidade da informação que é passada para o surdo – destaca.

Além da formação, a profissão regulamentada a coloca na formalidade em termos de remuneração. Fora o período eleitoral, o objetivo é conscientizar as empresas da necessidade de contratação de intérpretes para o trabalho cotidiano.

– E importante ter uma formação e, o intérprete de Libras ser reconhecido e ser valorizado, porque existe uma tabela federal de honorários, que é desconhecida por muitos e, na hora de fazer a contratação desse profissional, acabam oferecendo ‘trocadinhos’ por desconhecem essa tabela, assim como outras categorias têm.