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TRADIÇÃO PRESERVADA

Igreja de São Jorge distribuirá 2 mil saquinhos de doces durante missas de São Cosme e São Damião

Celebrações acontecerão em três horários neste domingo (27), no centro de Cabo Frio

26 setembro 2020 - 21h11Por Redação

Uma distribuição de saquinhos de doces, tradição antiga, mas um tanto esquecida no Dia de São Cosme e de São Damião; será feita pela Igreja de São Jorge, em Cabo Frio, durante as três missas dedicadas aos santos, que serão celebradas neste domingo (27). Ao todo, serão entregues dois mil saquinhos de guloseimas para os fiéis.

As missas acontecerão às 8h, às 15h e às 19h. A celebração das 15h é dedicada aos gêmeos santos, que são considerados padroeiros crianças, dos cirurgiões, dos físicos, dos farmacêuticos, das faculdades de Medicina, dos barbeiros, dos cabelereiros e dos turismólogos.

Muito populares entre os católicos, umbandistas e candomblecistas, São Cosme e São Damião têm a sua tradição esvaziada ano após ano, muito em função de preconceito religioso. Para o padre Edmar Pereira, da Igreja Católica Apostólica Brasileira, o distanciamento e a quebra do costume se dão por falta de cultura.

– As pessoas colocam na mente das outras coisas que não existem. Que o doce é do demônio ou oferecido ao demônio. Se o demônio tem nome de Cristo, a gente tem que rever os nossos conceitos e pensamentos. Mas os doces sempre são voltados para Cristo, mesmo os da umbanda, do candomblé, das culturas de matriz africana, que têm um desejo muito mais importante. Muito maior que dar o bombom, tem o desejo de agradar, de motivar, de curar, e de retribuir. Através do doce, se dá o que é bom. Se a gente quer não quer o bem, não daria doce, daria outras coisas – disse o religioso, sobre os boatos espalhados sobre o costume de entrega dos saquinhos de doce.

A Igreja de São Jorge fica na Rua Francisco Mendes, 150, no Centro de Cabo Frio.

História – Cosme e Damião eram dois irmãos árabes, provavelmente gêmeos, que residiam na região da Ásia Menor. Filhos de uma família nobre, acredita-se que seus nomes verdadeiros eram Acta e Passio. Viveram durante o século III, embora a data de nascimento seja incerta.

Eles eram médicos cristãos e demonstravam grande compaixão pelos doentes, seres humanos e animais, curando-os sem exigir recompensa. Ficaram conhecidos como inimigos do dinheiro e, posteriormente, foram acusados de serem inimigos dos deuses romanos, pois acreditava-se que as curas realizadas por eles era proveniente de feitiçaria.

Por esse motivo, os jovens foram condenados à morte por ordem do Imperador Diocleciano, por volta do século IV d.C. Os restos mortais encontram-se na Síria, em uma basílica construída para os santos. A partir do século V, na região do Mediterrâneo, o culto aos santos já estava estabilizado.

No Brasil, a devoção aos santos foi trazida junto com os portugueses para o Brasil e misturou-se à cultura africana. Já no ano de 1530, construiu-se a primeira igreja em homenagem aos santos na cidade de Igarassu, em Pernambuco.

(*) Com informações de Calendarr Brasil.