Guardadores ilegais seguram as vagas usando tijolos e pedras
Quem precisa estacionar seu carro nas vias públicas de Cabo Frio precisa, no momento, pedir licença a guardadores ilegais que se instalaram pelo centro da cidade. E por pedir licença, entenda-se pagar. No fim de semana, flanelinhas interditaram um pedaço da avenida Nilo Peçanha – adjacente à praia – com tijolos e cadeiras. A poucos metros das vagas ‘privatizadas’, no canteiro central, um homem esperava para cobrar de quem quisesse parar ali. Uma cena corriqueira em dias de abandono de Cabo Frio.
A foto que ilustra a matéria mostra o trecho da Nilo Peçanha entre as ruas Meira Júnior e Tamoios estava ‘reservado’ para os ‘clientes’ dos guardadores ilegais. Ela foi tirada pelo empresário Vinicius Pinheiro, por volta das 10h de domingo, anteontem, mas, segundo outros relatos ouvidos pela Folha, a cena está sendo comum aos fins de semana.
– Assim que estacionei, ele veio me abordar [o homem sentado em um toco no canteiro central, na foto ao lado], mas logo depois foi discutir com um outro guardador, dizendo que esse cara estava devendo a ele. Eles estavam quase brigando e, como eu estava com minha filha pequena, preferi entrar no carro e ir embora – relata o empresário.
Ainda segundo Vinicius, um carro adesivado pela Prefeitura de Cabo Frio passou pelo local, mas isso não inibiu os guardadores.
– O carro da Prefeitura encostou ao lado deles e conversou alguma cois. Daí, foram embora [os agentes da Prefeitura]. O primeiro [guardador] continuou no local e o outro passou a cobrar quem estacionava ali em frente à Praça das Águas.
Situação semelhante viveu um outro empresário, de 32 anos, que preferiu não se identificar:
– Minha esposa já sofreu uma pequena ameaça e arranharam a lateral do meu carro porque ela se recusou a pagar o “estacionamento” ali perto do Santander, na Raul Veiga. Aqueles caras têm até uniforme e cobram estacionamento ilegal – contou.
A Folha dos Lagos tentou entrar em contato com a Coserp, responsável por ordenar o estacionamento no município, mas não teve resposta até o fechamento, às 17h.