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Futuro do Correão volta a ser tema de discussão

Prefeitura admite conversa por arena e shopping, mas afirma que tratativas estão no início

07 outubro 2019 - 21h21
Futuro do Correão volta a ser tema de discussão

Tradicional palco do esporte cabofriense, o estádio Correão tem o seu futuro envolto em rumores e especulações desde o último fim de semana, quando circulou nas redes sociais a informação de que no local, na Avenida Joaquim Nogueira, em São Cristóvão, será construído um centro comercial de grande porte. Em compensação, seria construída uma arena multiuso, para um público entre 15 mil e 25 mil pessoas, em outro local do município, possivelmente na Estrada da Integração ou em área próxima ao Aeroporto Internacional, na região da Vila do Sol.

A possibilidade divide opiniões, mas representantes da Prefeitura de Cabo Frio, embora admitam conversas com um grupo empresarial nesse sentido, dizem que as tratativas estão em fase inicial, sem qualquer documento assinado. Segundo a reportagem apurou, um empresário propôs ao prefeito Adriano Moreno (DEM) a troca simples entre a nova arena pelo terreno onde encontra-se o antigo estádio. O ramo de atividade do grupo empresarial é mantido em sigilo.

A operação é tida como complexa, mas é bem vista dentro da prefeitura. O novo espaço é vislumbrado não apenas como uma nova e mais moderna casa para os times locais, mas também como um chamariz para os times grandes da capital, que jogam frequentemente no Estádio da Cidadania, em Volta Redonda; em Cariacica, no Espírito Santo; e até mesmo em Brasília. Além disso, a arena seria opção para eventos na cidade, que está carente de equipamentos de entretenimento.

O secretário municipal de Desenvolvimento, Felipe Araújo, disse que o empreendedor fez um estudo de viabilidade econômica para levantar os custos de construção do novo estádio e do possível shopping de São Cristóvão. Ele afirma que o atual Correão hoje é ‘inviável’ por conta da falta de espaço para expansão, o trânsito complicado na região, a falta de estacionamento e a incapacidade de receber jogos de maior porte por causa das questões de segurança. No entanto, o secretário diz que até a construção de um novo estádio há um longo caminho, somente depois do qual seria cedido o terreno para a construção do possível shopping.   

– Tem que ter um novo estádio? Tem. Ótimo. Tem alguém que pode pagar por um novo estádio. Pelo menos, uma pessoa se mostrou ao menos interessada em fazer um estudo de viabilidade. Agora, se os números, por acaso, fecharem, a última coisa que vai acontecer é a dação do terreno. Primeiro, se a coisa for pra frente, a primeira que coisa que tem que acontecer é essa empresa construir um novo estádio para o município num terreno da prefeitura. Construiu, doou para o município, a gente entrega o Correão para eles, e eles fazem lá um centro comercial, mas não tem nada fechado, nada legalizado – garantiu.

Entusiasta da construção de uma praça esportiva mais moderna, o secretário municipal de Esporte, Flávio Rebel, afirma que o interesse de empresas na área de 10 mil metros quadrados onde fica o Correão é antigo, por se tratar de um local considerado nobre, próximo ao Centro, ao Braga e ao Jardim Caiçara. O secretário afirmou que ele mesmo recebeu uma proposta ainda no começo da atual gestão, entre agosto e setembro do ano passado, mas as conversas não avançaram com velocidade. Da mesma forma, Rebel acredita que muita coisa precisa acontecer para que o projeto saia do papel.

– Houve uma procura, uma sondagem, mas as pessoas vão criando factoides. Há possibilidades, mas que precisam ser analisadas. Isso depende de muita coisa. Não é uma coisa para agora – comentou o secretário, que confidenciou ter sido favorável ao Estádio Aracy Machado sediar as partidas de times locais, em vez da construção do Correão, inaugurado em 1985.

Preocupada com impacto que a construção de um shopping poderia ter no comércio de rua de São Cristóvão, constituído, em maioria, por lojas de pequeno e médio porte, a presidente da Associação Comercial e Industrial de Cabo Frio (Acia), Patrícia Cardinot, manifestou-se contrária à troca. 
Patrícia acredita que um empreendimento deste porte deveria buscar preferencialmente uma área do segundo distrito da cidade.

– Por mim, não vejo São Cristóvão necessitando de um shopping, até porque vai dividir muito o comércio de rua, vai acabar fechando lojas, pois vai se tornar mais um polo. Acho que a gente já tem um shopping e já vê o reflexo na nossa cidade. O que eu vejo é que tem outros locais como Tamoios, em que caberia muito bem um shopping. Mas em São Cristóvão, não vejo, até porque vai dar um nó maior do que já dá no trânsito. Você vê que sem a existência de um shopping, já tem um nó gigantesco no trânsito da Avenida Joaquim Nogueira. Os carros ainda estacionam de uma forma indevida. Precisamos de coisas mais agregadoras ao comércio de São Cristóvão do que um shopping em si – concluiu a empresária.

 

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