O governador Wilson Witzel divulgou, na tarde desta quarta-feira (3), um vídeo explicando que sua decisão de romper o contrato com o Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas) e intervir nos hospitais de campanha foi tomada após a informação de que os 500 aparelhos que a organização social está comprando não são respiradores, mas carrinhos de anestesia, que não podem ser utilizados nas unidades de saúde.
– Não podemos continuar com erros, eles precisam ser corrigidos. A Fundação Estadual de Saúde assume para concluir as obras, operar o sistema e deixar um legado. Esses hospitais de campanha serão muito importantes para a reabertura da economia, para gerar empregos e, principalmente, para ajudar no futuro com cirurgias eletivas – afirmou.
Witzel disse que pedirá à Justiça o bloqueio dos bens do Iabas para ressarcimento dos prejuízos ao Estado. O governador ressaltou ainda que vai iniciar a reabertura da economia no Estado do Rio no próximo fim de semana.
– É muito importante que saibamos que, neste momento, os esforços que fizemos já reduziram sensivelmente a fila de espera para internação. Hospitais que já estão atendendo à Covid-19 foram estadualizados com o apoio das prefeituras, o que vai nos permitir que já na próxima semana comecemos a flexibilizar a economia. Tenho certeza de que vamos vencer juntos – disse o governador.
Segundo Witzel, "os que erraram neste processo e cometeram atos ilícitos" já estão sendo investigados pela polícia e pelo Ministério Público com a colaboração do Governo do Estado. De acordo com o governador, os que tiverem responsabilidade devem ser severamente punidos.
Governador decretou intervenção nos hospitais de campanha
Diante dos problemas de atraso na montagem dos hospitais de campanha e deficiência na gestão, o governador Wilson Witzel determinou, por meio do decreto 47.103/20, que a Secretaria de Estado de Saúde assuma a gestão dos hospitais de campanha. O contrato e os termos aditivos realizados com a Organização Social Instituto de Atenção Básico à Saúde (Iabas) serão anulados e o governo vai requisitar todo o equipamento e mão-de-obra no combate à pandemia, assim como a conclusão das obras.
Com a intervenção, a Fundação Estadual de Saúde fica responsável por administrar os sete hospitais de campanha para enfrentamento da Covid-19: Maracanã, São Gonçalo, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Nova Friburgo, Campos dos Goytacazes e Casimiro de Abreu.