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Flávio ​Rebel: 70% do trabalho está pela frente

Secretário de Esporte tenta alavancar liga de futsal e quer cuidar de quadras

17 julho 2019 - 10h00
Flávio ​Rebel: 70% do trabalho está pela frente

FERNANDA CARRIÇO

O professor Flávio Rebel, 51 anos, secretário de Esportes do governo Adriano, afirma que busca driblar a falta de recursos para alavancar as ações da pasta que comanda há um ano. Rebel diz que recebeu heranças difíceis de gerir, como o Ginásio Alfredo Barreto: o local estava sendo usado até por usuários de drogas. Nesta entrevista, o secretário faz um balanço das ações realizadas, fala de planos futuros e confessa que realizou apenas 30% do que planejava. Ele nega os boatos de que estaria deixando o governo: “Em momento algum pensei em deixar o governo. Em momento algum o prefeito se posicionou nesse sentido”.

Confira a entrevista: 

Folha – Há um ano você entrou no governo Adriano e abraçou o projeto de Esportes. Qual o balanço que você faz?

Flavio Rebel – A gente fez muita coisa, que parece ser pouca coisa, porque a gente pegou a secretaria completamente destruída. O Ginásio Poliesportivo Alfredo Barreto, além de estar sem luz, estava sem ninguém trabalhando. A secretaria estava fechada. O fato de não ter a luz não podia ser a motivação para a secretaria estar fechada e com 240 pessoas lotadas. Havia muita gente, e os equipamentos sem funcionar. O ginásio Alfredo Barreto, o Aracy Machado e o Correão, tinham pessoas quase que morando lá. Tinha garrafa de cachaça. O local chegou a servir de motel, para consumo de drogas, e hoje está completamente diferente... Arrumar isso não é coisa fácil não.

Folha – Hoje, funcionando, a secretaria tem quantas pessoas?

Rebel – Cento e poucas, sendo que 37 são concursados. Recebemos agora, no processo seletivo, 30 professores. Um saiu. São 29. 

Folha – E o Correão?

Rebel – Muita gente defendeu que o Correão deveria ficar aberto. Além de pensar que não deveria porque é  patrimônio público e  estava sendo depredado e furtado, servindo para outros  fins, o que eu fiz? Fui conversar os comandantes da guarda e do 25ºBPM e nos tivemos um posicionamento para que fechasse. O Correão é o único que tem um laudo para ter jogos. O estádio foi feito pra ter jogo profissional. Tem que ter amador? Tem. Mas precisamos arrumar o nosso campo para ter competições. Ele traz o turismo esportivo. As pessoas vêm para o futebol e ficam na cidade.  Estádio em condições de ter jogos, ao meu ver, é importantíssimo. Estamos agora construindo um memorial com nossa história... Visitei vários clubes e vi isso. Estamos fazendo com dificuldades, mas estamos fazendo e quero entregar até o final do governo. No Aracy Machado, estamos fazendo um plantio de grama, através de doação...Vamos tentar comprar outros com amigos para arrumar o Progresso, o campo da Gamboa, para poder continuar no Aracy, que ali nossa intenção é fazer um alambrado, fazer modificações pra poder ter um estádio de futebol também. 

Folha – E o ginásio Alfredo Barreto?

Rebel – Vai ter licitação – ia ser no dia 30, mas tiveram que mudar: vamos reformar teto, piso. Nós temos ali hoje ballet, musculação, karatê, judô. Fechamos um dos anexos que fica dentro do campo. Temos octógono, tatame. No outro anexo, temos capoeira. Estamos fechando dois projetos com o governo federal para termos mais atividades. 

Folha – Quantas crianças hoje estão praticando esportes na cidade por conta de projetos da secretaria?

Rebel – Em Tamoios 800, com artes marciais, futsal, vôlei....E em Cabo Frio umas 700 pessoas, mais ou menos. Mas temos muitas dificuldades por conta da deterioração das quadras, do abando anterior. Em alguns lugares os professores não conseguiram dar aulas. Tivemos que remanejar, até por conta de conflitos em comunidades. 

Folha – Você fala de ações e dificuldades encontradas... Acha que o governo Adriano Moreno te apoiou ou faltou apoio?

Rebel – Eu acho que não é por aí, não. Acho que a cidade está sofrendo, na Saúde e Educação principalmente, então tem que resolver isso antes de resolver outras coisas.

Folha – Mas você acha que o governo já começou a resolver isso para poder chegar a vez  do esporte?

Rebel – Acho que sim... Tem o problema da folha de pagamento, que é grave, mas o governo recebeu uma herança muito ruim, né? Bloqueios, por exemplo, em contas  que vieram por conta de governos anteriores.  A coisa fica meio complicada. Tem que botar a folha em dia. Isso para mim é prioridade. E cuidar da Saúde e Educação.

Folha – E  você acha que o governo está no ritmo que deveria estar?

Rebel – Eu acho que as pessoas que estão nas secretarias estão imbuídas disso, de verdade. Talvez a gente não tenha conseguido, né? Agora, brigando por essa conquista, sim. 

Folha – Adriano é um prefeito que apoia o esporte?

Rebel – Eu acho que sim. Ele apoia o esporte. Tivemos várias atividades externas: Aloha Spirit, Crossfit etc. A gente está tentando alavancar o futsal. Estamos tentando alavancar o esporte em várias frentes:  agregando a liga, tentando recurso pra alavancar o campeonato que tem mais de 30 anos. A gente precisa que o futsal volte. Precisamos recuperar as quadras públicas, acho que são 54, no total.  A maioria destruída.

Folha – Esse é um dos seus objetivos daqui pra frente? Cuidar das quadras públicas?

Rebel – É. No ginásio Alfredo Barreto, vamos realizar a licitação: arrumar o teto, o campo. No Aracy Machado vamos arrumar o alambrado, se Deus quiser.  Oginásio do Jardim também vai para licitação, só que o terreno não era nosso, não tínhamos a posse...Hoje temos e o RGI também, então o dinheiro está pra sair junto à Caixa Econômica Federal. O ginásio João Augusto vamos pintar e estamos arrumando umas coisinhas lá. Vai ficar em boa condição também. Precisamos fazer as coisas com segurança, e não abrir os espaços apenas para fazer politicagem. 

Folha – Fez tudo que queria fazer nesse período à frente da Secretaria?

Rebel – Não. Com certeza, não. Eu acho que as coisas estão caminhando. Estamos reformando os espaços públicos, realizando licitações....Quando eu for sair, quero sair com os equipamentos funcionando. 

Folha – Mas quantos por centro você realizou dentro do que queria?

Rebel – 30%. 

Folha – E você acha que esse 70% restante vai ainda conseguir fazer?

Rebel – Acho que sim.

Folha – Alias, você vai ficar até o final? Houveram rumores na cidade que você iria sair...

Rebel – Em momento algum pensei em deixar o governo. Em momento algum o prefeito se posicionou nesse sentido. Acho que a gente que é secretario tem que entender como as coisas funcionam e alguns não entendem  e começam a querer conflitar. Nós vamos terminar as obras. Vamos ajudar as ligas a se recuperar. Se a gente conseguir fazê-las voltar pros trilhos, conseguir ter os equipamentos de volta, aí o dever estará cumprido.

Folha – Você está feliz com a suas realizações?

Rebel – Estou. Estou sofrendo por conta da demora, da falta de recursos, mas feliz com o meu trabalho que eu fiz a vida toda e agora estou fazendo no publico.