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Fiocruz pesquisa aroeira de São Pedro da Aldeia

Objetivo do estudo da planta é alavancar cadeia produtiva para fins medicinais e comerciais

11 abril 2019 - 09h40
Fiocruz pesquisa aroeira de São Pedro da Aldeia

A aroeira de São Pedro da Aldeia tornou-se objeto de pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz. A Fiocruz, em parceria com a Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento, Trabalho e Renda (Sagat), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RJ), coletou amostras da planta durante uma visita técnica na área de reserva legal do Assentamento Ademar Moreira, no bairro São Mateus.

O material coletado foi enviado para determinação botânica, estudo bromatológico e análise química em laboratório. O objetivo do estudo da planta é marcar critérios de qualidade em prol do desenvolvimento da cadeia produtiva da aroeira para fins comerciais e medicinais.
Para o secretário de Agricultura, Dimas Tadeu, a estruturação de estudos científicos sobre a aroeira é de grande importância para o avanço da cadeia produtiva. 

– A ideia é termos um produto de excelência e totalmente legalizado, com toda a certificação de qualidade para atender o mercado. A amostragem das espécies vegetais é um trabalho específico, em parceria com a Fiocruz, onde buscamos obter o respaldo científico para a aroeira. Por ser um produto orgânico, versátil, de alto potencial produtivo e rico em princípios ativos, já existe uma demanda por parte de empresas para adquirir a nossa pimenta rosa, tanto para o mercado de cosméticos, farmacológico e alimentício – disse o secretário.

O trabalho de coleta e pesquisa começou no ano passado. As primeiras amostras de plantas já retiradas foram catalogadas e estão no acervo do herbário do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. No segundo lote coletado, foram recolhidas amostras de flor, fruto e folha, todas acondicionadas em exsicatas. Os materiais também serão depositados no acervo do Jardim Botânico do Rio de Janeiro para novos estudos botânicos. 
Em um última instância, todo esse trabalho tem o objetivo de reunir o maior número de informações científicas sobre a aroeira, incluindo a descrição das espécies, nomenclatura, composição química, qualidade vegetal, distribuição geográfica e dados referentes ao uso e ao valor econômico atribuído.

– Os trabalhos vão se aprofundar, a coleta será feita sazonalmente e vamos repetir as análises por um período de dois anos para que possamos conhecer os ciclos, saber quais são seus auges e em que mês a planta vai estar com seus teores de princípios ativos em maior concentração. Além disso, tem outra análise que nós queremos fazer que se chama bromatologia, para verificar os nutrientes que estão dentro da planta e, com isso, agregar valor ao produto – destacou o coordenador do setor de Plantas Medicinais da unidade especial da Fiocruz Petrópolis, Sérgio Monteiro, do Fórum Itaboraí. 

A próxima atividade de coleta está prevista para o início do mês de maio, quando se inicia a safra principal da aroeira. 

São Pedro da Aldeia foi a primeira cidade do Estado a inaugurar uma unidade de beneficiamento da aroeira, por meio de recursos do Programa Rio-Rural da Secretaria de Agricultura e Pecuária do Estado do Rio de Janeiro/Emater-Rio. O projeto pioneiro envolveu, ainda, a elaboração de um Plano de Manejo Florestal Sustentável para o manejo e cultivo da planta, aprovado pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), e a capacitação e certificação dos produtores rurais pelo SENAR-RJ e pelo Programa “Negócio Certo Rural”. Com o projeto “Aroeira Novos Tempos, Novos Rumos”, São Pedro da Aldeia também foi um dos municípios finalistas do Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor, na categoria Inovação e Sustentabilidade.