Não bastasse o fato de se tratar de uma situação sempre difícil, desde ontem, enterrar um familiar ou amigo em Cabo Frio passou a ser ainda mais dramático, em função da falta de vagas nos cemitérios da cidade. Tanto no Santa Izabel, no Portinho, como no Jardim dos Eucaliptos, no Jardim Esperança, faltam sepulturas e gavetas e, dependendo caso, a espera pode esperar até três dias.
É o caso do supervisor de fazenda Luís Carlos Pessanha Cordeiro, cuja sogra morreu na noite de anteontem. De posse da certidão de óbito, Luís Carlos foi avisado que conseguiria uma vaga apenas no próximo dia 31. Até lá, o corpo terá que ficar numa geladeira do Instituto Médico Legal. Ele promete tomar providências.
– A gente está conversando para ver se consegue, mas me falaram que só teria vaga para 31 de dezembro. Como vou esperar mais três dias? Ninguém quer me falar nada, então vou levar para o Ministério Público e para a delegacia – ameaçou.
O secretário de Serviços Públicos, Wilmar Monteiro, admitiu o problema e comentou que a prefeitura está antecipando em um mês o prazo para a exumação dos corpos, a fim de liberar algumas vagas. Além disso, o prefeito Alair Corrêa já teria prometido a construção de 300 gavetas no Jardim, mas falta fazer a licitação.
– É público e notório que não há espaço físico. Se não fizermos uma obra grande, sempre haverá esse problema – afirmou.