A cada dia, os problemas se acumulam na cidade e quem paga a conta, literalmente, é a população, conforme evidenciam inúmeras denúncias e fotos de leitores recebidas diariamente pela Folha. A demissão de quatro mil servidores, em março, foi um dos primeiros cortes do governo. Outro exemplo a sensação de abandono nas ruas – com lixo espalhado pelos quatro cantos do município, como já demonstraram inúmeras reportagens do jornal ao longo deste ano.
Apesar da crise, a Comsercaf, que deveria ter sido extinta há pelo menos um mês, recebeu suplementação de R$ 9 milhões, assim como a empresa Córrego Rico, também de limpeza urbana, teve liberação de aditivo de R$ 27 milhões na semana passada. A mais recente reportagem, publicada ontem, mostrou que cerca de 95% das praças, principalmente na periferia, mais parecem cenário de guerra com destruição por todo lado.
Já a desordem toma conta das ruas com carros estacionados nos dois lados da calçadas em vias de mão dupla, o que dificulta inclusive o tráfego de ônibus. Em São Cristóvão, a dificuldade dos ônibus é diária para passar nas ruas estreitas e chegar ao ponto final dos coletivos.
– A prefeitura está trabalhando, mas não sabemos onde – escreveu o leitor Kleber Oliveira no Facebook do jornal.
Na saúde, um manancial de problemas, que persistem até hoje. Depois de sucessivas trocas de comando desde o início do governo em 2013 – seis ao todo, sendo uma delas formada por comitiva composta por quatro gestores – o prefeito assumiu como interventor da pasta em maio deste ano para investigar o que os leitores denunciam constantemente: falta de medicamentos, de material para exames básicos, filas para marcação de consultas, falta de insumos como gesso (um leitor enviou foto de um paciente que teve a perna imobilizada com papelão), falta de ambulância e de vagas para internações, além de mau atendimento dos profissionais de saúde, sobretudo na UPA do Parque Burle, segundo leitores.
– O São José Operário está sem UTI adequada. Estão improvisando onde deveria ser uma enfermaria porque a UPG ainda não funciona – disparou Fabiane Ribeiro Corrêa, 23.
A demora na transferência de pacientes de hemodiálise bem como os sucessivos episódios com gestantes no Hospital Municipal da Mulher, denunciados frequentemente, completam o rol de queixas e que a Prefeitura deposita apenas na conta da queda da arrecadação.