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Citado em investigação

"Eu desconheço", diz Iranildo Campos sobre suspeita de rachadinha quando era deputado

Secretário de Saúde de Cabo Frio disse que vai colocar sigilos telefônico e bancário à disposição da Justiça

19 maio 2020 - 14h36Por Tomás Baggio

O secretário de Saúde de Cabo Frio, Iranildo Campos, disse nesta terça-feira (19) à Folha dos Lagos que desconhece se houve prática de 'rachadinha' em seu gabinete quando foi deputado estadual. Ele também afirmou que irá colocar os sigilos telefônico e bancário à disposição da Justiça.

O gabinete de Iranildo Campos foi citado no relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que deu origem à operação Furna da Onça, realizada em 2018 durante investigação da Polícia Federal sobre suspeitas de corrupção na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

Nesta segunda (18), uma reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo, mostrou que o advogado Victor Granado Alves, que trabalhava no gabinete de Iranildo quando realizou operações financeiras suspeitas, teria presenciado o vazamento da operação Furna da Onça para o agora senador Flávio Bolsonaro, que na época era deputado estadual e que também é investigado pela PF por prática de 'rachadinha' - quando funcionários do gabinete repassam parte dos salários para os deputados.

Segundo o Ministério Público, foi identificado no gabinete de Iranildo um fluxo de dinheiro que sinaliza "possível prática de rachadinha".

- Não existe acusação. Estão confundindo acusação com suspeita. Vou esclarecer na Justiça, é só me chamar. Coloco meu sigilo bancário, telefônico, tudo à disposição. Vai lá e pergunta à Justiça, pede o processo lá. Eu nunca fui chamado pra nada, então como vou responder? - disse Iranildo, que é policial militar reformado, à reportagem da Folha dos Lagos nesta terça.

Questionado se tinha conhecimento ou participação em esquema de 'rachadinha' no período em que foi deputado, ele respondeu:

- Eu desconheço.

O advogado Victor Alves atuou no gabinete de Iranildo até 2016. Naquele ano, ele foi contratado como advogado do então deputado federal Jair Bolsonaro. Em 2017, Victor passou trabalhar no gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj. Em 2019, atuou na liderança do PSL na Assembleia Legislativa.  

Victor Alves também foi advogado da empresa de Flávio Bolsonaro, a Bolsotini Chocolates, franquia da marca Kopenhagen em um shopping na Zona Oeste do Rio. A loja é investigada porque a conta bancária da empresa recebeu depósitos em dinheiro vivo que o MP suspeita serem fruto de lavagem de dinheiro da 'rachadinha'.

No último domingo, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o empresário Paulo Marinho, ex-apoiador do presidente Jair Bolsonaro, disse que a operação Furna da Onça teria sido vazada para Flávio Bolsonaro, filho do presidente investigado pela Polícia Federal. 
 
Paulo Marinho contou ter ouvido de Flávio Bolsonaro, em dezembro de 2018, que Victor Alves foi um dos que teriam recebido a informação antecipada sobre a operação.
 
A Folha dos Lagos tenta contato com os demais citados e aguarda retorno.