A já combalida educação no estado do Rio de Janeiro acordou na manhã de ontem com um golpe que parecia fatal: passou a circular na internet uma listagem de escolas que supostamente teriam suas atividades encerradas pela Secretaria de Educação do Estado. Entre elas, estavam 18 escolas da Região dos Lagos, inclusive o Miguel Couto, uma das mais conhecidas instituições públicas de ensino médio em Cabo Frio. No entanto, a Secretaria Estadual afirma que a polvorosa que se formou nesse rastro não passa de um ‘mal-entendido’. A lista, segundo eles, é apenas uma ‘prestação de contas’ para formalizar o fechamento ou a mudança de atividade de escolas que foram fechadas ou transformadas desde a década de 1970 até os dias atuais.
A Folha entrou em contato com a Secretaria Estadual de Educação, no início da noite de ontem. Tanto por e-mail, quanto por telefone, o órgão disse que a listagem é apenas um trâmite burocrático. Confira a nota:
“A Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) esclarece que a listagem informada refere-se a unidades escolares que já foram extintas – algumas na década de 1970 –, ou seja, não são novos encerramentos de atividades. Vale lembrar que, em sua maioria, inclusive, são escolas privadas. A publicação tem o intuito de atender a uma legislação federal que prevê a divulgação dessas informações de interesse público”.
Ainda assim, a primeira versão da informação deixou lastro para especulações no ambiente escolar de Cabo Frio. Nos bastidores, a informação é que a suposta desativação aconteceria em função do pequeno número de alunos em algumas turmas.
– A gente perdeu dez turmas.
Mas acredito que seja questão de tempo. No ano que vem, havendo uma procura elas devem ser reabertas. A gente acredita que seja por falta de alunos nas turmas, por ser um ano atípico com ocupação e greve. Mas acho que isso é só o momento. Ele sempre mudam alguma coisa porque não vão mudar isso também? – disse a diretora-adjunta do Miguel Couto, Márcia Regina.
Em contato com a reportagem da Folha, a Secretaria de Estado de Educação explicou que o nome de escolas como o Miguel Couto (pública) e o Sagrado Coração de Jesus (privada) na listagem deve-se à mudança de status dessas instituições ao longo do tempo:
– O Miguel Couto era Escola Estadual Miguel Couto, e passou a ser um Colégio, trocando de nome e deixando de oferecer ou oferecendo um segmento novo, então temos que incluir essa instituição na listagem para ‘dar baixa’ e formalizar essa troca – detalhou, em comunicado.