Uma cidade com as finanças em frangalhos; arrecadação em queda; serviços públicos deteriorados e funcionalismo à beira de um ataque de nervos por causa dos atrasos salariais. Enfim, um autêntico abacaxi é o que espera aquele que amanhecer prefeito eleito de Cabo Frio, na segunda-feira.
É exatamente o quadro desanimador que faz desta eleição ‘uma das mais importantes da história do município’, segundo especialistas e representantes de entidades ouvidos pela Folha. Para eles, de forma unânime, a votação de amanhã, mais do que a retomada econômica, tem que representar o início de um novo modelo político-administrativo para a cidade.
– É uma crise de paradigma, de um modelo de governar. Até hoje, o que prevaleceu foi um estilo de administração pública ligado a esquemas bem tradicionais. Clientelismo, pouco profissionalismo na política pública. Era um modelo
antigo de política, ele foi repaginado, até mesmo modernizado, mas continuava tradicional. Mas agora isso não será mais possível, seja lá quem assuma o governo – pondera o historiador e colunista Paulo Roberto Araújo.
Na mesma linha pensa o também colunista Leandro Cunha. Na opinião do administrador, a votação de amanhã é ‘um marco’.
– Essa eleição é o ponto de partida para uma reflexão do que a cidade pretende ser não apenas nos próximos quatro anos, mas daqui a 10, 15 anos. É preciso fazer um planejamento de prazo mais longo, para potencializar o desenvolvimento em termos de melhorias das condições econômicas e de renda. O principal ponto é como criar um modelo economicamente sustentável e que ao mesmo tempo repense o modelo político de troca de favores e assistencialismo – argumenta Leandro, que pede mais eficiência e controle nas finanças.
Com longa experiência no setor público, o consultor empresarial Ricardo Azevedo diz que o próximo governante tem que inaugurar a ‘era do Turismo’.
– O Turismo é um grande gerador de receita e de empregos. É preciso preparar Cabo Frio para ser uma cidade turística, qualificando o pessoal, colocando o assunto na grade curricular. Não vai ser fácil, pois a Prefeitura não está com caixa baixo, está com caixa negativo – comentou.
*Confira a matéria completa na edição deste fim de semana da Folha dos Lagos.