GABRIEL TINOCO
“A mesma praça, o mesmo banco, as mesmas flores, o mesmo jardim”. Se Ronnie Von estivesse sentado num banco em Cabo Frio enquanto escrevesse a canção, a letra sairia totalmente diferente. Afinal, o que se encontra por aqui são praças em péssimo estado de manutenção.Não é incomum achar, por exemplo, uma criança reclamando de uma quadra poliesportiva com as traves declinadas e as redes rasgadas. Passeie pela cidade e encontre as pistas da união entre má conservação e vandalismo. Bancos quebrados, brinquedos deteriorados, pichações, sujeira e até postes com risco de queda são alguns dos rastros deixados.
Parece que passou um tornado na Praça do Manoel Corrêa. As redes que contornam a quadra estão caídas no meio do campinho de futebol, onde areia e grama se confundem. Pela falta de uso, o espaço se transformou num depósito de lixo – talvez para deixar bem claro que crianças não podem brincar ali.
Não é apenas no Manoel Corrêa que a falta de lazer é evidente. O projeto socioesportivo ‘Estrelas do Bairro’, no Morubá, no bairro Vila Nova, precisou ser interrompido por causa da areia da quadra estar infestada de bactérias. A princípio, a mudança foi para o campo sintético Golden Goal, ao lado da comunidade. Mas, por não conseguir custear o aluguel do socyete, sem recursos da Secretaria de Esporte, o idealizador Marcelo Pessanha, 46, resolveu transferir os treinos para a quadra da Vila Nova há exatos dois anos.
– Fiz uma parceria com o time do bairro, o Zelador. Por isso, o projeto mudou para o Vila Nova. Uma criança pegou micose por causa da sujeira na areia. É um projeto importante para a comunidade, já que tira as crianças da rua. A praça sofreu algumas mudanças, porque entrou uma nova presidente na Associação de Moradores do bairro. Mas ainda falta muito. A quadra está com as telas quebradas e o parque simplesmente não funciona – lamenta.
Ao lado do campo abandonado, está uma plaquinha que demonstra o bom humor de quem não tem muitos motivos para sorrir: o ‘banco dos brochas’ abre uma praça esquecida pelas autoridades, mas não pelos moradores.
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