Quase tudo na vida tem um lado positivo. E com a disparada do dólar não é nada diferente. A franca ascensão da moeda estadunidense, que fechou na maior cotação da história do Plano Real na semana passada, inflaciona o preço do barril do petróleo, vendido em dólar. Resultado: maior arrecadação aos municípios produtores e não produtores da Região dos Lagos no repasse dos royalties.
A Folha ouviu o administrador Leandro Cunha para saber qual é a melhor maneira dos municípios da região explorarem a escalada da moeda.
Leandro é lacônico ao afirmar que não há confiabilidade no aumento do dólar. De acordo com ele, os governos municipais não podem depender de um mercado tão flutuante.
– Não se pode pensar no aumento do dólar com confiabilidade. A taxa é flutuante. Pode tanto subir como descer em dado momento. Os municípios devem aumentar a produção do barril de petróleo primeiramente, combinando com o aumento do preço do Barril. A cotação do dólar é instável, ela pode a qualquer momento intervir no mercado e o preço do dólar dimunir consequentemente. A taxa do câmbio está sobrevalorizada e a tendência é o governo intervir para que ela diminua a médio prazo – comentou o administrador, que também possui mestrado em Economia.
O consultor empresarial Ricardo Azevedo vê o aumento no repasse como um alívio para as cidades em tempos de crise, mas também lembra como a disparada afeta negativamente a Economia do país como um todo.
– Os royalties são uma conta que é o preço do barril vezes a produção vezes o dólar. A disparada da moeda também não é legal para a Economia do Brasil. Por outro lado, com o real desvalorizado, os turistas estrangeiros começam a procurar a região. Por exemplo, os turistas argentinos começam a querer visitar Búzios. Essas são as vantagens da subida do dólar – avaliou o consultor.
A cotação do dólar até o fechamento desta edição, às 17h, estava a R$ 4.
Em valores nominais, as vendas do setor apresentaram queda de 0,07% em relação ao mês anterior e, quando comparadas a agosto do ano anterior, alta de 5,1%. No acumulado do ano, as vendas cresceram 7,68%.
“Nós estamos trabalhando com nossos fornecedores para ativar o consumo, especialmente em vista da proximidade das festas de final de ano, que podem trazer melhores resultados, e também para adaptar nossas vendas e toda a logística de distribuição aos novos hábitos do consumidor, que está priorizando as compras de abastecimento da casa”, disse o presidente da Abras, Fernando Yamada.
Segundo a Abras, em agosto, a cesta de produtos Abrasmercado (35 produtos de largo consumo), registrou baixa de 0,63%, passando de R$ 414,40, em julho, para R$ 411,77, em agosto.