O segundo semestre mal deu as caras e o cenário político em Cabo Frio já esquenta com relação às eleições gerais do ano que vem. A Câmara Municipal acaba de entrar em recesso, mas as articulações já estão a todo vapor. Pelo menos cinco nomes estão sendo ventilados para tentar uma vaga na Câmara dos Deputados ou na Assembleia Legislativa: Rafael Peçanha (PDT), Luis Geraldo (PRB), Miguel Alencar (PPS) e Letícia Jotta (PSC) devem disputar uma cadeira em Brasília, enquanto Jefferson Vidal (PSC) é cotado para buscar um lugar ao sol no Palácio Tiradentes.
No último sábado, Peçanha teve lançada a pré-candidatura à Câmara Federal durante encontro regional do PDT em Cabo Frio. Vereador de primeiro mandato, Peçanha disse que irá discutir uma eventual candidatura com a sociedade. Ele nega que a decisão seja precipitada ou movida por vaidade. O parlamentar disse que o partido o convidou por ter sido o candidato mais votado do PDT nos municípios a partir de Niterói e o décimo em todo o estado.
– Acredito que todo cargo público deve servir para mudar Cabo Frio. Eu estou à disposição do povo da minha cidade. Se ele quiser, serei vereador, deputado ou prefeito. Quero dar minha contribuição para o nosso município, pois essa história de revezamento no poder já estrangulou a nossa história. A hora de mudar é agora. Como será, o povo decidirá.
Exercendo o quarto mandato no Legislativo municipal, Luis Geraldo acredita que está pronto para subir alguns degraus na vida pública. O vereador afirma que as conversas estão avançadas, mas prefere não dar a candidatura como favas contadas. A um ano e três meses do pleito, ele diz que muita coisa ainda está para acontecer, mas dá ombros sobre as possíveis críticas a uma interrupção do mandato pela metade.
– Estou nisso há muito tempo. Minha preocupação não é com o que os outros vão achar. Sei o que faço. Minha preocupação é com a cidade. Preciso tentar algo a mais, senão perde a motivação. Meus eleitores me conhecem e sabem que faço um trabalho sério – disse o atual primeiro-secretário da Câmara, também sem se incomodar com um eventual apoio do prefeito Marquinho Mendes à candidatura do ministro do Esportes, Leonardo Picciani.
Letícia Jotta é outra que fala do assunto de maneira reservada. A vereadora novata afirma que pensou incialmente em tentar uma vaga na Alerj, mas a preferência é do colega e presidente municipal do partido, Jefferson Vidal. Considerada um trunfo pelo PSC para fazer parte da bancada no Congresso, Letícia também rebate os comentários de que deve completar os quatro anos no cargo para tentar alçar voos maiores.
– O mandato é do partido. Algumas pessoas são leigas e não entendem isso. Se eu brigar com a Regional e sair do partido, por exemplo, eu perco o mandato. Não é um projeto pessoal. Pessoalmente, antes de sair como deputada, eu até gostaria de me candidatar a um cargo majoritário na cidade, como vice-prefeita por exemplo, mas a gente quer e tem que pensar no crescimento do partido – diz.
Líder do governo Marquinho, Miguel Alencar admite conversas para uma possível candidatura, mas afirma que, no momento, pensa apenas na ‘reconstrução da cidade’.
– Este momento é de união de esforços em benefício da cidade. Tanto os deputados com mandato, os vereadores e qualquer cidadão que tenha pretensão para 2018, para o bem da cidade deve se manter na expectativa e trabalhar para a reversão do atual quadro da cidade. Não é o momento de se falar de 2018 ou já viver uma campanha – afirma.
A reportagem não conseguiu contato com o vereador Jefferson Vidal, uma vez que seu telefone estava desligado.