Braam Malherbe e Wayne Robertson receberam a bandeira brasileira ao atracarem no cais
No esverdeado litoral de uma das três capitais sul-africanas, a Cidade do Cabo, sob a vigília da Montanha da Mesa, um dos cartões-postais da cidade, a largada de uma grande aventura: os velejadores sul-africanos Braam Malherbe e Wayne Robertson subiram no pequeno barco apelidado de Mhondoro rumo ao Brasil. E o cenário para o desembarque ontem, não menos belo que o da cidade da partida, foi o Iate Clube, em Cabo Frio, com a vista da bela Ilha do Japonês. A dupla percorreu 7.500 quilômetros em 93 dias de viagem, que, ao que parece, rendeu boas histórias em alto mar.
Após tanto tempo sem terra firme, os velejadores posaram para fotos, enrolados nas bandeiras do Brasil e da África. Na chegada, Braam Malherbe não resistiu ao primeiro pedido: “onde está a cerveja?”, questionou, arrancando risadas dos amigos e da imprensa. No dia 14, a dupla prossegue na viagem à Marina da Glória, no Rio de Janeiro.
– Vamos passear e conhecer a cidade (Cabo Frio). No dia 14, vamos mostrar o barco e fazer o marketing do projeto. Vamos dar entrevistas no Rio também – revela Braam.
Os sorrisos envoltos pela barbas grisalhas, fruto das dificuldades de se barbear em alto mar, contrastavam com os contratempos da jornada.
– Não dormi por mais de uma hora em sequência. Também foi difícil fazer comida. As ondas de quase cinco metros viraram o barco umas quatro vezes em um dia. Precisava da luz solar para fazer água potável. E a maioria dos dias era nublado. Também perdi minha cadeira em uma tempestade, o que tornou mais desconfortável. Foram muitas dificuldades – afirma Wayne Robertson, que mostrava as mãos cheias de calos pelas remadas.
Em sua quarta passagem pelo Brasil, Wayne encheu o país de elogios.
– Eu amo as pessoas, a natureza. Adoro o clima do Brasil. Também gosto de surfar quando venho para cá – disse o velejador, que perdeu cinco quilos na viagem.
A dupla foi recebida por atletas cabofrienses na chegada a Cabo Frio.