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Dois Arcos

Dois Arcos dá ultimato a prefeituras

Aterro exige solução sobre dívidas até fim do mês e ameaça interrupção

15 março 2017 - 07h44
Dois Arcos dá ultimato a prefeituras

Como tantas outras neste iní­cio deste ano, a situação de al­gumas prefeituras da região com relação às dívidas que possuem junto ao aterro sanitário de Dois Arcos, em São Pedro da Aldeia, é uma autêntica bomba-reló­gio. O diretor do aterro, André Martins, disse ontem que o dé­bito dos inadimplentes deve ser pago, ou ao menos escalonado, até o fim de março sob pena de não aceitar mais o lixo produzi­do nesses municípios, inclusive o de Cabo Frio.

Segundo Martins, apenas Iguaba Grande está em dia com os pagamentos. No caso de Cabo Frio, apesar de ressaltar que existe diálogo para resolver a situação, o diretor disse que ainda não há um acordo formal e que, até o momento, a nova gestão pagou apenas pelos serviços prestados este ano. A dívida re­ferente a 2016 segue em aber­to. Entre as demais cidades co­bertas por Dois Arcos, Arraial, Búzios e São Pedro são as mais avançadas no que diz respeito à negociação das dívidas, enquan­to Araruama, Silva Jardim e Ca­simiro de Abreu são situações consideradas ‘mais difíceis’.

– Vale frisar que todos os mu­nicípios já reconheceram suas dívidas, que são líquidas e cer­tas – enfatiza Martins, que não quis informar quais os valores dos débitos.

A suspensão dos serviços de aterramento sanitário represen­taria um duro golpe para o meio ambiente da região, uma vez que significaria a volta dos lixões, ilegais desde agosto de 2014, conforme determinação da Po­lítica Nacional de Resíduos Só­lidos, implantada quatro anos antes. De acordo com André Martins, o despejo irregular de resíduos na natureza traz conse­quências dramáticas.

– O chorume produzido, quando não há nenhum sistema de drenagem, é naturalmente es­coado para o solo contaminando diretamente o lençol freático e todo o corpo hídrico que está próximo. Isso é só um exemplo, mas tem vários problemas, como a presença de vetores (ratos e in­setos) e a geração de biogás, que é 25 vezes mais tóxico que o gás carbônico – enumera.