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Dengue dispara e Cabo Frio entra em alerta

Município já registra, até agora em 2019, mesma quantidade de casos confirmados em todo o ano passado

26 abril 2019 - 10h32
Dengue dispara e Cabo Frio entra em alerta

TOMÁS BAGGIO

Cabo Frio já tem, em menos de cinco meses deste ano, a mesma quantidade de casos confirmados de dengue que foram registrados em todo o ano passado. Além dos 11 casos confirmados, o número de notificações aumentou ainda mais. Foram 152 até agora em 2019 contra 42 em todo o ano de 2018.

O crescimento preocupante ocorre também em relação à chikungunya, com 157 casos notificados e 21 confirmados neste ano, contra 34 notificações e 26 confirmações no ano passado.

Assim como todo o estado do Rio, Cabo Frio está em alerta em relação às doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.

Mesmo assim, cenas como que foi registrada na foto feita pelo skatista Lucas Alves, nesta semana, na pista de skate da Praia do Forte, colaboram para a crescente infestação de mosquitos na cidade. As fotos, que circularam na internet, mostram a pista novamente tomada por acúmulo de água, problema recorrente no local.

- Isso acontece há bastante tempo. De vez em quando eles (Prefeitura) vão lá e limpam, mas não é só limpar. Precisa desentupir, porque às vezes não é só água de chuva, é esgoto dos quiosques que volta por ali. Tem que dar um jeito pra ontem porque isso é foco de doença certo. Ainda mais que cola muita criança na pista. Às vezes o pai nem sabe de onde que veio (a doença) e foi dali - afirma Lucas.

A Prefeitura de Cabo Frio disse que a limpeza do local foi finalizada, com lavagem e higienização do espaço, mas não deu prazo para resolver o problema em definitivo.

Sobre o controle da infestação de mosquitos na cidade a Prefeitura garante que o planejamento de rotina vem sendo feito em todos os bairros, de acordo com o número de notificações. Alega ainda que "o principal combate ao Aedes aegypti (transmissor da dengue, zika, chikungunya e febre amarela) deve ser feito dentro das casas eliminando qualquer recipiente que possa acumular água e que permita a procriação do mosquito".

- E apesar de alguns municípios já terem apresentado epidemia no ano passado, Cabo Frio manteve-se em situação de alerta em relação ao LIRAa (índice de infestação do mosquito) graças as ações de combate realizadas durante todo o ano de 2018 e que continuam sendo realizadas rotineiramente - informa ainda a Prefeitura.

Fumacê

Em relação ao carro fumacê, a Vigilância em Saúde Ambiental aponta a Nota Técnica 04/2016 do Instituto Oswaldo Cruz e Fundação Oswaldo Cruz (IOC/FOC), para argumentar que 80% dos criadouros estão dentro das residências, e, portanto, a forma mais eficaz de combate seria com os agentes de endemias que fazem visitas domiciliares, e não o fumacê passando em vias públicas.

- Quando necessário, entretanto, o carro fumacê é utilizado. A ação do fumacê vem sendo feita desde o ano passado com repelente natural de óleo de citronela, por orientação da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro. O veneno que era utilizado no carro fumacê foi proibido em todo o país em 2011 - informa a Prefeitura.

Ainda de acordo com a Vigilância em Saúde, todos os bairros de Cabo Friio possuem equipes fixas de agentes de endemias, que são responsáveis por visitar as residências diariamente. Além disso, o Departamento de Saúde Coletiva de Cabo Frio garante seguir as orientações do Ministério da Saúde em relação às ações educativas, como campanhas de prevenção.

- Devido ao alerta de epidemia do Ministério da Saúde é importante que além de cuidar de suas casas e dos bairros (evitar o acúmulo de água em qualquer recipiente; colocar areia nos vasos de plantas; descartar o lixo corretamente; tampar ralos; limpar calhas, piscinas e aquários; deixar garrafas em local coberto ou de boca para baixo; deixar pneus cobertos etc) é importante que as pessoas se protejam também individualmente reforçando o uso de repelentes, mosquiteiros, telas de proteção nas janelas, uso de roupas claras e de calças compridas - orienta a equipe de combate a endemias do município.

Segundo a médica Lucy Pires, é preciso separar um tempo todos os dias para verificar possíveis focos em casa.

- É fundamental que a população faça sua parte, inclusive denunciando locais onde haja recipientes com água que favoreçam a reprodução dos mosquitos. Mais importante que o repelente de citronela é os moradores não permitirem ambientes para as larvas, que se transformam em mosquito e vão transmitir todas essas doenças. Eliminar diariamente qualquer local que acumule água é a medida mais eficaz contra o aedes - alertou a médica Lucy Pires, da Saúde Coletiva de Cabo Frio. 

 

Veja algumas orientações para combater o mosquito Aedes aegypti


Evite o acúmulo de água

O mosquito coloca seus ovos em água limpa, mas não necessariamente potável. É fundamental jogar fora pneus velhos, virar garrafas com a boca para baixo e, caso o quintal seja propenso à formação de poças, realizar a drenagem do terreno. Também é necessário lavar a vasilha de água do animal de estimação regularmente e manter fechadas tampas de caixas d’água e cisternas.

Coloque tela nas janelas

Colocar telas em portas e janelas ajuda a proteger sua família contra o mosquito da dengue. O problema é quando o criadouro está localizado dentro da residência. Nesse caso, a estratégia não será bem sucedida. Por isso, não se esqueça de que a eliminação dos focos da doença é a maneira mais eficaz de proteção.

Coloque areia nos vasos de plantas

O uso de pratos nos vasos de plantas pode gerar acúmulo de água. Há três alternativas: eliminar esse prato, lavá-lo regularmente ou colocar areia. A areia conserva a umidade e ao mesmo tempo evita que e o prato se torne um criadouro de mosquitos.

Seja consciente com seu lixo

Não despeje lixo em valas, valetas, margens de córregos e riachos. Assim você garante que eles ficarão desobstruídos, evitando acúmulo e até mesmo enchentes. Em casa, deixe as latas de lixo sempre bem tampadas.Coloque desinfetante nos ralos

Ralos

Ralos pequenos de cozinhas e banheiros raramente tornam-se foco de dengue devido ao constante uso de produtos químicos, como xampu, sabão e água sanitária. Entretanto, alguns ralos são rasos e conservam água estagnada em seu interior. Nesse caso, o ideal é que ele seja fechado com uma tela ou que seja higienizado com desinfetante regularmente.

Limpe as calhas

Grandes reservatórios, como caixas d’água, são os criadouros mais produtivos de dengue, mas as larvas do mosquito podem ser encontradas em pequenas quantidades de água também. Para evitar até essas pequenas poças, calhas e canos devem ser checados todos os meses, pois um leve entupimento pode criar reservatórios ideais para o desenvolvimento do Aedes aegypti.

Piscinas e aquários

Piscinas pode se tornar foco de dengue – por isso, a atenção deve ser redobrada com a limpeza em épocas de surto. Já no caso dos aquários, peixes são grandes predadores de formas aquáticas de mosquitos.

Uso de repelente

O uso de repelentes, principalmente em viagens ou em locais com muitos mosquitos, é um método importante para se proteger contra a dengue.

(Fonte: Rio Contra a Dengue / Ministério da Saúde)

 

SERVIÇO

Vigilância em Saúde Ambiental

Rua Índia, 40 – Jardim Flamboyant

Telefone: (22) 2644-7916